A CPFL Eficiência fechou um contrato de R$ 13 milhões com o Centro de Abastecimento do Estado da Guanabara (CADEG), no Rio de Janeiro, para instalar placas solares e uma usina de cogeração a gás natural. Os novos projetos trarão mais segurança no fornecimento de energia para o Mercado Municipal do Rio de Janeiro e uma redução no valor da conta de luz.
Com previsão de início da operação em 2019, o projeto prevê a instalação de 5.124 placas fotovoltaicas sobre a cobertura existente do mercado e as docas, cobrindo uma área total de 10.248 metros quadrados. Isso possibilitará a construção de uma usina de 1,8 MWpico de capacidade, o maior projeto de energia solar para mercados públicos do mundo e o maior para um cliente comercial no Brasil.
Para efeitos de comparação, essa energia seria suficiente para abastecer cerca de 1 mil residências com consumo médio de 200 kWh por mês. Somente com a geração solar, a expectativa é que o mercado municipal possa reduzir em 39% a sua conta de energia, economizando, em média, R$ 140 mil por mês.
O contrato firmado também contempla a instalação de seis motogeradores, alimentados com gás natural, gerando eletricidade para o prédio durante o horário de pico, das 17h30 às 20h30. A potência desse sistema é de 2400 KVA, que atende 100% da necessidade energética do Cadeg.
Além da economia e da geração de energia limpa, outro benefício está na integração entre os dois sistemas. Enquanto as placas solares geram energia durante o dia, a cogeração a gás passa a funcionar do pôr do sol até às 20h30, substituindo o consumo em horário de ponta, cuja tarifa é mais cara. A integração entre as tecnologias permite uma maior confiabilidade no fornecimento de energia para o Mercado Municipal do Rio de Janeiro. Também faz parte do projeto a realização de obras para substituição de transformadores e reforço da rede elétrica que já atende o mercado.
Para a diretora de Inteligência de Mercado da CPFL Energia, Fabiana Avellar, o aumento das tarifas no mercado cativo está fazendo as empresas buscarem alternativas para reduzir suas despesas com energia. “Além da economia, as soluções de eficiência e gestão energética também oferecem confiabilidade no fornecimento e previsibilidade nos gastos com a conta de energia, além de reduzir impacto ao meio ambiente”, avaliou a diretora.
Além da implantação das duas usinas, a companhia também será responsável pela operação e manutenção dos ativos. O contrato entre as partes terá duração de 15 anos, e a CPFL Eficiência será responsável por 100% do investimento.
Economia e sustentabilidade impulsionam a busca por alternativas
Com o reajuste tarifário, que aumentou em cerca de 10% a conta de energia dos consumidores no Rio de Janeiro, e as bandeiras tarifárias, empresas da cidade têm apostado projetos de eficiência energética e no mercado livre para reduzir as despesas com energia elétrica. Além do Mercado Municipal, a CPFL Eficiência já realizou projetos de eficientização para os shoppings Nova América e Norte Shopping.
No caso do mercado livre, dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica apontam forte crescimento de 477% das migrações do mercado cativo para o ambiente de contratação livre nos últimos dois anos no Estado, impulsionado pelos setores de comércio e serviços. Em janeiro de 2018, 888 unidades consumidoras haviam aderido à modalidade. O que significa um acréscimo de 734 unidades em relação a janeiro de 2016, quando 154 consumidores haviam migrado para o mercado livre.
Empresas ainda podem combinar a migração para o mercado livre com projetos de eficiência energética, com mais economia e sustentabilidade a partir da compra de energia de fontes renováveis. “Em uma sociedade cada vez mais preocupada com os impactos causados pelo consumo no meio-ambiente, isso torna-se uma vantagem competitiva”, comentou Fabiana Avellar.