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O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da ISA Cteep, Rinaldo Pecchio Junior, garantiu a rentabilidade de dois dígitos nos projetos conquistados no último leilão de transmissão promovido pela Aneel, mesmo com os deságios agressivos oferecidos pela companhia. O tema foi alvo de questionamentos por parte de analistas de mercado em teleconferência realizada nesta quarta-feira, 1º de agosto.
No dia 29 de junho, a Cteep arrematou os lotes 1 e 10 do leilão nº 02/2018. Os lances da transmissora foram os maiores deságios do leilão, com 66,65% e 73,92%, respectivamente. A receita anual dos projetos somadas caiu de R$ 153,5 milhões para R$ 48,5 milhões.
De acordo com Pecchio, três fatores permitiram que a Cteep fosse agressiva no leilão: a possibilidade de antecipação da entrada em operação dos empreendimentos; a redução da necessidade de investimentos após negociações com os fornecedores; e a possibilidade de captação de recursos com custos menores devido à baixa alavancagem financeira da companhia.
Pelas estimativas da Aneel, a construção das linhas, localizadas nos estados de Santa Catarina e São Paulo, exigirão investimentos da ordem de R$ 880 milhões. Por contrato, as linhas precisarão entrar em operação em setembro de 2023, embora a necessidade da Aneel seja setembro de 2021.
Sobre a saída da Taesa do Consórcio Columbia, vencedor do lote 1 em parceria com a Cteep, Pecchio explicou que a Taesa havia manifestado desistência antes do leilão, apesar da imprensa ter tomado conhecimento do assunto no dia seguinte ao certame, por meio de comunicado oficial divulgado pela Taesa.
Ele explicou que na separação dos lotes a Taesa tinha liderança técnica para fazer os estudos de um conjunto de empreendimentos e a Cteep em outros. No caso do lote 1, os estudos foram feitos pela Cteep, o que deu confiança para que a companhia apostasse no projeto solitariamente.
“Entendemos que as premissas propostas para os acionistas estavam preservadas, que levada em consideração a antecipação, redução de capex e financiamento”, justificou o executivo. “Temos bastante confiança que vamos entregar o retorno de dois dígitos”, completou.
Nos últimos dois anos, a Cteep arrematou dez lotes em leilões realizados pela Aneel, que adicionarão 1,3 mil km em suas linhas de transmissão com a adição de uma potência de 7,5 mil MVA em sua base de ativos. Os novos projetos somam investimento estimado de R$ 2,9 bilhões com incremento da receita de cerca de R$ 448 milhões, após a entrada em operação dos ativos.
NOVOS NEGÓCIOS
Em busca de identificar oportunidades em novos negócios, uma das frentes de crescimento avaliada pela Cteep é a de armazenamento de energia por meio de baterias. Segundo o diretor Técnico, Carlos Ribeiro, trata-se de um negócio promissor, viável do ponto de vista técnico e de modelo de negócio, e que pode resolver problemas específicos do setor de transmissão, como o atendimento ao aumento de cargas sazonais, ou até mesmo oferecendo novos serviços ancilares, como controle de frequência, de tensão, de carregamento.
“Entendemos que tecnicamente é bastante interessante o uso de baterias para resolver problemas que, de uma forma convencional, exigiria a instalação de linhas e levaria mais tempo”, disse Ribeiro, destacando ainda o menor impacto ambiental da tecnologia de armazenamento.
Em parceria com a Universidade de São Paulo, a Cteep estuda a implementação do armazenamento de energia no litoral norte do estado paulista, para resolver um problema de sazonalidade de carga, comum em épocas de alta temporada turística. Contudo, o Brasil ainda não tem regulamentação para o uso de armazenamento de energia. “O caminho regulatório pode ser bem parecido com o que se tem hoje, há um investimento e uma remuneração pelas instalações”, sugeriu o diretor de Relações Institucionais, Rafael Falcão.
IE MADEIRA
A IE Madeira tem uma questão que vem limitando o recebimento da receita total do projeto, que é a instalação de um novo eletrodo no bipolo. A Cteep informou a obra está sendo executada, com previsão de conclusão em outubro. A IE Madeira é responsável pelo sistema de transmissão que escoa parte da produção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, localizadas no rio Madeira, no estado de Rondônia, para a região Sudeste do país.