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A Associação Brasileira de Geradoras Termelétricas (Abraget) negou que haja um pleito para organizar um leilão de reserva para contratar térmicas para o atendimento do Nordeste. Segundo o presidente da entidade, Xisto Vieira Filho, o que foi proposto é que um conjunto de usinas a óleo contratadas no passado (e que estão com contratos vencendo) sejam substituídas por usinas modernas que utilizam o gás natural na produção de energia elétrica, combustível considerado mais eficiente e menos poluente na comparação com o óleo.

“O que sempre se pensou foi o seguinte: vamos substituir as térmicas a óleo por térmicas a gás, porque se eu não substituir térmica por térmica eu afeto a confiabilidade elétrica e energética do sistema”, disse Vieira Filho em entrevista à Agência CanalEnergia. “Ninguém que conheça os rudimentos do setor vai propor um leilão de reserva com térmicas de última geração, isso seria uma loucura”, completou.

O Ministério de Minas e Energia deixou de realizar leilões de reserva desde que o país entrou em uma crise econômica. Isso fez com que em 2016 o Governo cancelasse um certame do tipo e desde então nenhum outro foi executado.

Diferente dos leilões de energia nova (A-4, A-6), os certames chamados de reserva têm demanda determinada pelo Governo. A contratação nessa modalidade gera encargos que precisam ser pagos por todos os consumidores de energia. Já os leilões de energia nova, a demanda é declarada pelas distribuidoras de acordo com a perspectiva de crescimento de mercado futuro.

No início da semana passada, o jornal Folha de São Paulo publicou uma reportagem, sem dizer a origem da informação, dizendo que o Governo estudava realizar um leilão para contratar térmicas que seriam instaladas no Nordeste. A reportagem dizia que se discutia contratar entre 1,5 e 2,5 GW de capacidade instalada e que políticos regionais apoiavam a ideia. Também apontava que se caso o plano fosse concretizado, resultaria em um custo adicional de R$ 1 bilhão na tarifa de energia elétrica.

O plano de se contratar térmicas para o Nordeste não é assunto novo. Em novembro de 2016, o até então diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica, Reive Barros, disse que iria propor a realização de leilão regional para contratação de 6 GW de capacidade térmica movida a gás natural a ciclo combinado para geração na base e instalação até 2030. O diretor, inclusive, sugeriu o preço teto de R$ 270/MWh para essa energia.

“A nossa defesa é de que todo o tipo de fonte tem lugar na matriz energética brasileira, cada uma com suas características, vantagens e desvantagens”, declarou Vieira. “As térmicas são importantes para dar segurança energética e elétrica. Embora as pessoas façam confusão entre os conceitos, segurança energética é dar suporte de energia para o sistema e segurança elétrica é melhorar as condições de estabilidade, recomposição e controle de tensão do sistema”, explicou.

Para Vieira, as térmicas a óleo não podem ser descartadas da matriz. Devem ser mantidas para suprir necessidades específicas do sistema ou operar em situações de emergência. “Têm milhares de utilidades para as térmicas a óleo. Eu espero que um dia a EPE [Empresa de Pesquisa Energética] reconheça isso e faça leilões específicos para serviços ancilares.”

Segundo a Abraget, ao contrário do indicado na reportagem da Folha, estudos da Thymos Energia indicam que a colocação de térmicas nesta modalidade de substituição resultaria em uma economia de R$ 6 bilhões por ano.