A Petrobras apresentou um lucro líquido de R$ 10 bilhões no segundo trimestre do ano, no mesmo período de 2017 os ganhos da estatal foram de R$ 316 milhões. No acumulado dos seis primeiros meses a companhia reportou assim um lucro líquido de pouco mais de R$ 17 bilhões, crescimento de 257% ante o mesmo período de 2017, o que representa o melhor resultado semestral desde 2011.
A companhia explica o resultado em decorrência do aumento da cotação do petróleo tipo Brent, que resultou em maiores margens nas exportações do insumo e nas vendas de derivados no Brasil, associado à depreciação do real. E ainda, destacou a redução das despesas com juros devido ao decréscimo do endividamento, menores despesas gerais e administrativas e com ociosidade de equipamentos. Por outro lado, a maior cotação do petróleo acarretou maiores gastos com participações governamentais.
O resultado Ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, aumentou 26% em relação ao primeiro semestre de 2017 para R$ 55,8 bilhões, devido ao incremento das margens de vendas de derivados no mercado interno e das exportações de óleo, ambos impulsionados pelo aumento do Brent e pela depreciação do real. A margem do Ebitda ajustado foi de 35%.
O índice dívida líquida sobre o Ebitda ajustado reduziu para 3,23 vezes em junho de 2018, comparado a 3,67 em dezembro de 2017. Já a alavancagem diminuiu de 51% para 50%, neste período. Excluindo-se a provisão para o acordo da Class Action, a companhia apresentaria o índice de 2,86 vezes, em trajetória convergente para a meta de 2,5 até o final de 2018.
A produção total de petróleo e gás natural da Petrobras no primeiro semestre foi de 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), sendo 2,6 milhões no Brasil, 4% inferior ao mesmo período do ano passado, refletindo, principalmente, os desinvestimentos nos campos de Lapa e Roncador. A maior parte da produção é de petróleo com 2,1 milhões de boed. O gás natural respondeu por 500 mil boed e a produção internacional pelos 100 mil boed restantes.
De um total de investimentos de R$ 21,3 bilhões, a maior parte, como é tradicional na estatal ficou com a divisão de E&P a mais lucrativa, com R$ 18,7 bilhões. À Gás e Energia foram destinados R$ 593 milhões, queda de 76% no acumulado do semestre.
As vendas de energia elétrica no primeiro semestre de 2018 somaram 888 MW médios para o ACL, crescimento de 14% ante o mesmo período de 2017. No ambiente regulado o volume ficou em 2.788 MW médios, queda de 9%. A geração de energia ficou em 2.108 MW médios, retração de 10%. Em entrevista coletiva sobre os resultados, o diretor da área, Jorge Celestino, lembrou que o PLD médio tem a tendência de alta em comparação com 2017. No trimestre as vendas no ACR somaram 873 MW médios, o volume no ACL ficou estável em 2.788 MW médios e a geração foi de 2.248 MW médios.
Excluindo as vendas do ACL os demais ficaram abaixo dos volumes reportados no segundo trimestre de 2017. De acordo com a empresa, o volume de geração de energia apresentou pequena queda em relação ao ano anterior, em virtude do maior custo de aquisição do gás na base semestral e no trimestre, houve crescimento ante o primeiro trimestre do ano em função do cenário hidrológico desfavorável que aumentou o PLD e elevou a ordem de despacho. A variação negativa das vendas no ACL na comparação entre o primeiro e o segundo trimestre é decorrente de redução da demanda prevista em contratos com terceiros e menor realização de vendas adicionais.
O presidente da estatal, Ivan Monteiro, comentou que a paralisação da plataforma de Mexilhão, que causou o corte no fornecimento de gás natural em momento de aumento do despacho térmico de usinas atendidas pela empresa já vinha sendo planejada com o Operador Nacional do Sistema Elétrico e com a própria ANP. Esse planejamento já vinha sendo feito desde 2014 e que atualmente há 900 pessoas das empresas responsáveis pela manutenção da unidade de produção mobilizadas nessa operação.