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Imbuída em descobrir novas maneiras de atenuar os impactos climáticos sobre o setor de energia elétrica, a área de P&D do Climatempo, localizada no Polo Tecnológico de São José dos Campos (SP), tem intensificado seus esforços nos últimos anos, trazendo um novo conceito na coleta e distribuição de dados sobre raios em todo o país.
A empresa trabalha com uma plataforma open source, utilizando o sistema MongoDB, um banco de dados não-relacional orientado a documentos. Esta tecnologia inovadora permite que as aplicações modelem informações de modo mais natural, com os dados sendo organizados em hierarquias complexas, mas ainda indexáveis e fáceis de buscar. Isso possibilita a diminuição do uso de hardware e uma escala de dados em infinito. Na prática, significa mais agilidade e eficiência para emissão de alertas sobre raios e outras ocorrências, ajudando a evitar problemas em redes transmissoras de energia.
Integrando o sistema, o software Quantum GIS trabalha com previsões de curtíssimo prazo e risco meteorológico, visualizando e desenhando áreas de instabilidade ou algum evento meteorológico. Assim, alertas de atenção são emitidos aos clientes sobre uma possível suspensão de operação ou alguma medida a ser tomada, identificando e sinalizando também às regiões vulneráveis para que as concessionárias se mobilizem o quanto antes.
“Alertamos nossos clientes por voz, SMS e também através de um sistema web, aberto geralmente em um telão, onde é disponibilizado às áreas de interesse e o alerta ou previsão para tomada de alguma ação”, explicou o CTO da Climatempo, Oliver Thies.
De acordo com Oliver, foram dois anos de investimentos e desenvolvimento do Sistema de Monitoramento Alerta Climatempo – Smact, desde a ideia inicial até a comercialização da solução, iniciada pela empresa em 2012. A versão inicial do projeto demandou cerca de R$ 250 mil. Já no ano passado, a plataforma passou por um ciclo de melhorias e ampliação, recebendo um aporte via projeto de P&D Fapesp/Finep no valor de R$ 1,3 milhão. Hoje a solução do Labs Climatempo atua no setor elétrico nacional atendendo a 22 comercializadoras, três transmissoras e 12 distribuidoras.
O sistema também é usado por empresas de energia para detectar de onde veio uma descarga elétrica indevida. Como por exemplo quando um raio cai numa determinada região e pode ocasionar a queima de aparelhos eletrônicos numa residência e consequentemente processos judiciais por parte dos consumidores. O sistema consegue então ajudar essas instituições, mostrando o que realmente afetou a rede e o equipamento em questão.
Segundo explicação da Diretora Meteorologista do Climatempo, Patrícia Madeira, a atuação da ferramenta junto às equipes de operação e manutenção de agentes do setor elétrico acontece por duas frentes: a previsão do tempo, de até 15 dias, e a previsão climática, estipulada para meses. “Já na área de comercialização vamos mais além, com uma previsão de tempo de 30 dias, o que acaba tendo influencia no PLD. A previsão de chuvas é até 5 dias e de influência também de 5 dias”, acrescentou a Diretora.
Patrícia também destacou a possibilidade de avaliação das condições pluviais nas bacias hidrográficas, bem como a interpretação da questão do PLD e as principais previsões de ENA, já que a plataforma entrega essa previsão para os próximos meses.