Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,
A principal tendência que os investidores em energia eólica estão procurando no mercado é o de extensão da vida útil de seus projetos de uma média de 20 para 30 anos de operação. Esse fator abre novas oportunidades de aumento de receita. Mas há ações que representam desafios aos desenvolvedores, entre eles estão pensar desde o início nesse horizonte de operação de um mesmo parque, otimizando seu planejamento e de seus equipamentos, novas formas de projeção de geração e ainda a questão de como realizar as ações de O&M nesses ativos, que passa a ser de grande relevância. Todos esses pontos estão no estudo A batalha para reduzir incertezas e melhorar a viabilidade financeira de planos de negócios no setor de renováveis lançado pela consultoria K2 Management na edição 2018 do Brazil Windpower.
Segundo o diretor regional da empresa no Brasil, Herbert Nascimento, essas são tendências observadas em todo o mundo, em projetos eólicos em que a empresa atua como consultora. Esse comportamento, destacou ele, é visto com todas as regiões do mundo, inclusive podem ser aplicadas no Brasil também.
No total, relacionou o executivo, são quatro as macrotendências deste segmento. Além da expansão da vida útil, está o aprimoramento no desenvolvimento dos projetos usando modelos computacionais fluidos para identificar os melhores potenciais de uma região de acordo com seu terreno,  ações de due dilliegence nas quais se espera a confirmação da performance de geração de um projeto, seja novo ou greenfield , e ainda, a busca por interiorizar as equipes técnicas dos projetos, não terceirizando essa atividade com a finalidade de buscar maior eficiência nos cálculos. Nascimento explicou que esse último item traz como vantagem um maior conhecimento e controle de riscos associados, podendo levar a um cálculo mais preciso desses riscos e menor capex quando se tem uma equipe própria.
“Estamos entrando em uma nova era, com energia renovável de menor custo, tecnologia mais eficiente e acirrada concorrência no mercado brasileiro de energia. O desenvolvimento de projetos na região está bem diferente do que era nos primeiros anos quando o desenvolvimento de projetos apresentavam um maior número de empresas envolvidas, diferentemente do que temos hoje com a consolidação do segmento em um número menor de players, mas que são de grande porte e possuem uma estrutura mais organizada”, comentou ele em entrevista à Agência CanalEnergia.
O pano de fundo para a identificação dessas tendências é a expansão da vida útil desses equipamentos, uma realidade cada vez mais viável. Se antes os parques tinham previsão de estarem operacional por 20 anos a ideia hoje é de aumentar esse período em mais 50% e chegar a 30 anos. Para isso, comentou Nascimento, as ações de O&M ganham cada vez mais relevância nesse processo. “As empresas têm pensado muito dessa maneira no mercado atual e costumo dizer que quando se pensa num empreendimento as cláusulas de O&M devem ser pensadas de forma full service agreement de longo prazo logo no início das negociações e fechamento dos acordos para que possam ter um futuro com maior vida útil, o que  traz grandes benefícios para o setor”, comentou ele.
Os ganhos para essa extensão da vida útil do segmento eólico estão, no caso dos mais antigos parques eólicos que estão no Brasil, e portanto, no mercado regulado, nas vendas de energia pós-contratos – sejam esses de reserva ou CCEARs. Ele lembra que essa possibilidade de operar um parque por mais tempo pode proporcionar ganhos elevados e de relevância para os investidores. Inclusive, lembrou, a K2 vem assessorando clientes no mercado livre que querem desenvolver projetos até para o consumo próprio, ainda mais ante a perspectiva que temos com maior número de médios e grandes consumidores entrando no mercado, podendo ter energia mais barata que no ACR e até mesmo que no mercado livre.
Segundo o estudo da empresa, com os avanços recentes da tecnologia eólica, os aerogeradores são projetadas, cada vez mais, para ter uma vida útil média de 25 a 30 anos. Tendo em vista o alto custo inicial associado ao desenvolvimento de parques eólicos, tem havido um interesse crescente por parte dos desenvolvedores e investidores em garantir a maior vida útil possível para esses ativos e otimizar o LCoE (Custo Nivelado de Energia). Essa tendência é claramente identificada na experiência da K2 Management, em que 25% dos projetos onshore e offshore avaliados entre 2016 e 2018 consideraram uma vida prolongada.
Embora a justificativa para buscar a extensão operacional dos projetos eólicos seja clara, os riscos financeiros e técnicos associados são significativos. Ao investir nessa opção no início do ciclo de vida de um projeto, é bastante provável que os desenvolvedores recuperem os custos adicionais por meio de aumento na receita decorrente do prolongamento do tempo de operação.
Um terço dos projetos mundiais onshore diligenciados pela K2 Management entre 2016 e 2018 adotaram buscando novos métodos para reduzir as incertezas nas previsões de de geração. Principalmente na aquisição de ativos operacionais, acordos comerciais com pagamento em dois estágios tem sido uma tendência.. Ou seja, um pagamento inicial, seguido por um pagamento complementar no caso as previsões de geração se confirmem no futuro. Esse mecanismo é uma forma de garantir que o preço reflita o potencial de rendimento real do projeto.