A fonte eólica no Brasil soube capturar todas os movimentos globais que propiciaram maior competitividade para a fonte nos últimos anos. Em apresentação na nona edição do Brasil Wind Power, realizada nesta quarta-feira, 7 de agosto, no Rio de Janeiro (RJ), o ex-diretor da Empresa de Pesquisa Energética Ricardo Gorini e representante da Agência Internacional de Energia Renovável, apresentou dados da agência que mostraram a evolução da fonte. “O Brasil viu a grande competitividade que a fonte tinha no mundo e foi um dos líderes desse processo, o resultado dos leilões mostra isso”, afirma.
De acordo com ele, a fonte vem experimentando no mundo uma revolução de mercado e de 2000 a 2016, a capacidade eólica global acumulada cresceu a uma taxa anual composta de 15%. Outro dado apresentado foi que o preço das turbinas – que possuem o maior custo dentro de um projeto eólico, recuaram 40% desde 2008. No Brasil, o fator de capacidade médio dos parques está em 45%, acima da média do resto do mundo, que que fica abaixo de 40%.
A energia eólica pode ainda liderar o mix global de geração de energia com uma participação de 36% na matriz em 2050. “Seriam cerca de 5 mil GW instalados no mundo, uma revolução, um crescimento muito grande”, prevê. Ainda segundo Gorini, essa realidade global se repete no Brasil e não há como imaginar que aconteça algo diferente.
A Irena está acompanhando o desenvolvimento das eólicas offshore e segundo Gorini, em alguns países o recurso aparece como alternativa, como nos países europeus banhados pelo mar do Norte. No Brasil, ele vê a oportunidade nas plataformas e conta que o custo ainda é bem mais caro que o onshore, embora ele esteja caindo. “No Brasil talvez merecesse um estudo sobre o tema”, opina.