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O pujante setor de energia eólica, que tem movimentado bilhões de reais em investimento nos últimos anos, tem procurado alternativas para seguir crescendo no Brasil. No próximo ano, a fonte se tornará a segunda principal forma de produção de energia do país ao atingir 15,7 GW de capacidade instalada, ficando atrás apenas das hidrelétricas. Contudo, esse ciclo positivo se vê ameaçado desde que o Governo reduziu a contratação de novas usinas em função da crise econômica e da consequente redução da demanda por energia. Com o mercado regulado estrangulado, os agentes têm se voltado para o mercado livre como estratégia para retomar sua expansão.

Segundo Elbia Gannoum, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), uma das metas é recuperar os 3,5 GW em parques eólicos que deixaram de ser contratados nos últimos três anos por conta da crise.

A expansão da geração via mercado livre sempre esbarrou na financiabilidade dos projetos. Porém, duas inovações recentemente adotadas pelo BNDES podem destravar esse mercado.

O banco mudou a premissa utilizada na hora de calcular o valuation, medidas que melhoram a alavancagem dos projetos. O BNDES abandonou a prática de utilizar o PLD mínimo nas análises de risco para projetos de geração no mercado livre, para adotar um PLD de Suporte no valor de R$ 90/MWh. Esse valor é superior ao menor preço de venda (R$ 70/MWh) já praticado por um gerador eólico no Brasil.

Outro desafio era o tempo dos contratos. Enquanto no mercado regulado se vende energia por um período de 30 anos, no mercado livre esses contratos têm como prática prazos médios de 5 anos. A solução, costurada em parceria com a Associação Brasileira de Comercializadores de Energia (Abraceel), foi adotar um sistema de garantias rolantes, onde o empreendedor vai trocando os contratos de garantia periodicamente com o BNDES.

“Esses dois aspectos são altamente inovadores e permitem solucionar o problema da financiabilidade”, afirmou Elbia durante a feira internacional de energia eólica Brazil Wind Power, realizada no Rio de Janeiro nesta quarta-feira, 8 de agosto.

Outras soluções para a continuidade dos investimentos no setor elétrico têm surgido dos próprios empreendedores. Em junho, a Cemig realizou com sucesso um leilão para compra de energia renovável de novos projetos para entrega em 2022. Nesta semana, a estatal anunciou um segundo certame semelhante, programado para 20 de setembro. Na próxima sexta-feira, 10 de agosto, a Casa dos Ventos promove um leilão para vender a produção futura de usinas eólicas que pretende construir nos próximos anos.

“Vejo que estamos no momento mais oportuno para desenvolver o mercado livre no Brasil”, disse a executiva, reconhecendo que ainda existem alguns desafios que precisarão ser superados, como a falta de isonomia entre os mercados em relação ao acesso ao sistema de transmissão. “Estamos numa trajetória de conquistar o mercado livre e a energia eólica merece esse mercado”, completou Elbia.

Atualmente as eólicas respondem por 8,5% da matriz de geração do país, com 13,1 GW de capacidade instalada. A expectativa é alcançar a marca de 28 GW em 2026.