Um dos grandes legados da energia eólica no Brasil foi levar investimentos para locais que não estavam na agenda preferencial, propiciando o desenvolvimento social, em especial na região Nordeste. O papel social da energia eólica na construção do futuro foi tema de painel realizado na última quarta-feira, 8 de agosto, na nona edição do Brasil Wind Power, no Rio de Janeiro (RJ).
Para Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável, após o acordo de Paris, o mundo caminha para a economia de baixo carbono, que traz o componente da energia renovável. Segundo ela, essa onda de desenvolvimento em regiões menos abastadas não ficou restrita ao Brasil, sendo repetida em outros países. “No mundo inteiro, tem países mais pobres que estão se beneficiando. Ela está tendo um efeito social fundamental, viabiliza o desenvolvimento regional em lugares muito pobres”, explica.
A ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que também participou do painel, lembrou que discutir energia é discutir geopolítica e desenvolvimento. Ela ressaltou ainda a veloz ascensão da fonte eólica em menos de dez anos de atuação no país. “A velocidade foi muito rápida,” admitiu. Ela também reforçou no painel os investimentos que foram destinados ao Nordeste, onde não havia investimentos. Segundo a ex-titular do MMA, que ocupou a pasta de 2011 até 2016, a energia dos ventos desempenhou papel estratégico nos últimos anos. “A eólica está reduzindo desigualdades”, avisa.
Lembrando que o mundo passa por um momento de inquietação e que a energia eólica mudou paradigmas, Izabella Teixeira conclamou os agentes a terem maior participação nos processos em prol de avanços. “Não fiquem atrás dos atrasos”, concluiu.