A Engie está interessada em ter uma participação relevante na Transportadora Associada de Gás (TAG), subsidiária responsável pelos gasodutos nas regiões Norte e Nordeste, que a Petrobras tem interesse em se desfazer dentro do plano de desinvestimento da companhia. O processo, contudo, se encontra paralisado por decisão judicial.

O presidente da Engie Brasil Energia, Eduardo Sattamini, informou que foi instalado um Comitê Especial Independente para Transações com Partes Relacionadas para analisar e acompanhar eventuais acordos entre as partes que formam o grupo investidor interessado na aquisição da TAG.

“Queremos ter uma participação que nos garante poder perante o sócio. Tem que ser uma participação que faça sentido para gente”, resumiu o executivo em teleconferência com analistas nesta quinta-feira, 9 de agosto, salientando que não poderia dar mais detalhes por acordos de confidencialidade e pela decisão judicial que paralisou o processo de venda da TAG.

Segundo o executivo, o investimento reforça a intenção da empresa em ser uma plataforma de investimento voltada à infraestrutura. “Temos uma boa geração de caixa, então, pretendemos aplicar com investimentos que tenham uma boa rentabilidade”, afirmou Sattamini.

A Engie também está de olho em outro processo de privatização. A empresa adquiriu os direitos de acesso ao data room da Cesp, cujo controle será vendido pelo governo de São Paulo em leilão marcado para 2 de outubro. “É um negócio que apresenta alguns riscos, por isso, não temos nenhuma decisão tomada ainda. Vamos olhar no momento oportuno”, afirmou o executivo.

Sattamini também confirmou na teleconferência que a transferência do controle da hidrelétrica de Jirau (RO-3.750 MW) da holding do grupo Engie para a Engie Brasil deve ocorre apenas em 2019. De acordo com ele, esse processo que envolve 40% da Energia Sustentável do Brasil, que controla a usina, não está no foco da companhia no momento.

“Estamos sem dar atenção a transferência em decorrência dos desafios do ano de 2018. Buscamos o menor risco possível no negócio”, avisou ele, referindo-se também a questão do risco hidrológico representada pelo GSF.

Em relação aos projetos em construção, a Engie reprogramou a entrada em operação da térmica a carvão Pampa Sul (RS-350 MW) para o segundo trimestre de 2019, em decorrência de atrasos no cronograma de construção. Sattamini frisou que, para reduzir os impacto de exposição no mercado spot, a empresa conseguiu negociar o cancelamento e o adiamento de contratos da usina vigentes a partir do primeiro trimestre do ano que vem. “Estamos buscando junto aos chineses minimizar os atrasos”, disse referindo-se aos fornecedores do empreendimento.