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Embora ainda possa parecer distante no cenário eólico brasileiro, a energia eólica offshore precisa desde já ter as suas regras estabelecidas. Essa regulação deixaria claro como seria a competição no momento em que ela se tornasse competitiva. A Petrobras já pesquisa o tema por meio de um Projeto de Pesquisa & Desenvolvimento em Guamaré, no Rio Grande do Norte. “Antes de quantificar qualquer coisa, é preciso ter um marco regulatório, saber como será regra do jogo, que aí consegue balizar efetivamente os seus custos”, explica Clovis Neto, Gerente de Negócios de Energia Renovável da Petrobras, que participou de painel da nona edição do Brazil Wind Power, que foi realizado quinta-feira, 9 de agosto, no Rio de Janeiro.
De acordo com o secretário-geral do Global Wind Energy Council, Steve Sawyer, o continente europeu é o mais desenvolvido em eólicas offshore, sendo o seu mercado mais maduro. Do total implantado, cerca de 84% está por lá. A China aparece como o mercado mais promissor e deve ter lugar de destaque nos próximos anos. Ainda segundo ele, os preços vêm em tendência de queda na Europa, chegando a menos de cinquenta euros. Nos Estados Unidos, um dos motivadores de parques offshore foi a dificuldade de conexão entre regiões.
Há diferenças entre o mercado europeu e não europeu. A China aparece como único mercado considerável fora da Europa. No Japão pós-Fukushima, estão sendo feitos investimentos nesse tipo de fonte, mas ela ainda é muito cara por lá. Já Taiwan tem o programa mais agressivo fora da Europa e quer implantar de 5 GW a 6 GW.
Em contraponto a eólica onshore, que tem no aerogerador o seu maior custo, na offshore o custo maior fica com logística, instalação, fundação, e balanço de planta do sistema de distribuição elétrica e conexão com a rede em terra. Para Eduardo Ângelo, diretor de desenvolvimento de negócios da Siemens Gamesa Renewable Energy, há uma grande oportunidade de se trazer novas tecnologias com a offshore. A empresa investiu 400 milhões de euros em duas novas grandes fábricas a offshore, que ficam localizadas próximas de portos para facilitar todo o processo de instalação e logística.
A competição entre os dois tipos de energia eólica está fora de cogitação para o diretor da Petrobras. Para Clovis Neto, é como comparar uma PCH com uma UHE. “São atributos diferentes que vão ser colocados no mercado”, avisa. Amílcar Guerreiro, diretor da Empresa de pesquisa Energética, também se mostra favorável a um regramento para a fonte. Ele classifica a eólica offshore como o futuro e lembra que há 15 anos se falava da fonte eólica de forma tímida e hoje ela é pujante no país. “Tem que colocar na agenda, mesmo que seja no longo prazo, sob pena do futuro não chegar. Tem que se preocupar com a regulação”, aponta o diretor.
(Nota da Redação: matéria alterada as 11:23 horas do dia 10 de agosto de 2018 para correção do valor de investimento da Siemens Gamesa e adequação de texto no penúltimo parágrafo)