O consumo de gás natural no Brasil durante o primeiro semestre de 2018 apresentou crescimento de 6% frente ao mesmo período do ano passado. É o que indicam os dados compilados pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado – Abegás, que ainda registraram 61,2 milhões de metros cúbicos/dia consumidos na média dos dois meses iniciais, ante 57,7 milhões de metros cúbicos/dia no mesmo trimestre de 2017. Na comparação com junho de 2017, o aumento foi de 23,5%.
Após um período de retração da atividade econômica no país, com a paralisação dos caminhoneiros no final de maio e as paradas durante os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo, os destaques foram para o crescimento de 3,8% no consumo industrial e de 10,8% no segmento automotivo.
De acordo com os dados, os setores comercial e residencial contaram com elevação de 7,5%. A geração elétrica, com o início do período seco, teve aumento no despacho termelétrico de 100% em junho na comparação com o mesmo mês de 2017, e alta de 18,2% no acumulado do primeiro semestre. Na cogeração, o segmento apresentou incremento de 12,9% no primeiro semestre, acompanhando a retomada da indústria.
Quanto as regiões, os destaques foram a expansão de 66,2% no consumo industrial no Centro-Oeste e o aumento de 56,5% do segmento comercial no Norte do país. O Nordeste também merece menção, com alta de 28,6% na cogeração e 47,4% na geração elétrica.
O presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon, ressaltou que o crescimento no consumo de Gás Natural Veicular (GNV) tende a ser mais significativo com o aumento da procura pelas conversões de veículos, observada a partir da crise de abastecimento de combustíveis líquidos decorrente da paralisação dos caminhoneiros. “A competividade frente aos combustíveis líquidos e a segurança na disponibilidade têm levado cada vez mais consumidores a aderir ao GNV”, afirmou Salomon.
Para o presidente, os resultados positivos do semestre sinalizam a importância estratégica de alterar o planejamento energético, prevendo a inserção das térmicas a gás na base do sistema elétrico para preservar e recuperar os reservatórios hídricos, em vez de apenas no horário de ponta ou em situações de risco hidrológico.