A agência de classificação de risco Fitch Ratings afirmou o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AAA(bra)’ da Cteep e das emissões de debêntures da espécie quirografária com Perspectiva Estável.
Na avaliação da agência, os ratings da companhia refletem o baixo risco de negócios do setor de transmissão de energia elétrica no Brasil, caracterizado por margens operacionais elevadas e fluxo de caixa operacional bastante previsível. Há um robusto perfil financeiro, como reflexo de sua baixa alavancagem e da forte liquidez.
Durante um período de oito anos, que teve início em agosto de 2017, a empresa receberá indenizações de R$ 1,7 bilhão ao ano, sendo que R$ 254 milhões estão em discussão na Justiça, relativas à renovação antecipada de sua principal concessão — o que, de acordo com o cenário base da Fitch, terá impacto positivo no fluxo de caixa anual da companhia. Este montante quadruplica o EBITDA em relação aos montantes anteriores a este recebimento e representa importante reforço para seu fluxo de caixa das operações (CFFO), embora o significativo programa de investimentos deva manter o fluxo de caixa livre (FCF) da empresa negativo ao menos até 2020.
Na visão da agência, o FCF da Cteep será negativo em quase R$ 900 milhões em 2018, pressionado por investimentos de R$ 484 milhões e pela elevada distribuição de dividendos, estimados em torno de R$ 2,0 bilhões. Pelas projeções da Fitch, o FCF continuará negativo, entre R$ 100 milhões e R$ 250 milhões nos dois anos seguintes, devido às fortes necessidades de investimentos, estimados em cerca de R$ 2 bilhões, e ao pagamento substancial de dividendos. Entretanto, a agência considera o fato de que há certa discricionariedade no pagamento de dividendos, com possibilidade de redução destes montantes, caso necessário
A Fitch irá monitorar o risco de potenciais decisões judiciais que possam impedir a Cteep de continuar recebendo mensalmente a indenização prevista, o que enfraqueceria seu fluxo de caixa e pressionaria os indicadores de crédito. Além disso, a agência acompanhará o risco inerente ao período de desenvolvimento dos dez novos projetos de transmissão da empresa. Os ratings da companhia também incorporam o moderado risco regulatório do setor brasileiro de energia.