A Omega Geração anunciou a assinatura de um acordo para aquisição do maior complexo solar em operação no Brasil. A empresa espera concluir a transação até o fim de 2018, após o cumprimento de condições comuns a aquisições desse tipo, como a aprovação da autoridade antitruste brasileira e o consentimento de credores. Após esta etapa, a geradora passará a deter 50% do complexo Pirapora, localizado em Minas Gerais e composto por 11 usinas já em operação comercial, totalizando 321 MW de capacidade instalada.
De acordo com a companhia, a transação terá um valor total previsto de R$ 1,1 bilhão, podendo variar em função de certas condições e dos desembolsos dos financimentos de longo prazo dos projetos. Além de marcar a entrada da Omega Geração na geração solar, Pirapora fortalecerá ainda mais a equação de risco da empresa, dada a baixa correlação de recursos entre as usinas eólicas no Nordeste e o empreendimento solar no Sudeste.
Pelo acordo, a Omega adquire 30% da participação da EDF Renewables no Brasil, subsidiária do grupo francês EDF Energies Nouvelles, que é detentora de 80% do complexo, e a totalidade dos 20% de participação da Canadian Solar UK Projects. Ao concluir a negociação, a Omega passará a deter 50% de participação societária do Complexo Pirapora, atuando em conjunto com a EDF Renewables, que deterá a outra metade.
A compra do ativo representa a segunda aquisição da geradora após seu IPO (Initial Public Offering) em julho de 2017, quando levantou R$ 593,6 milhões com a emissão de novas ações. Em dezembro do ano passado, a companhia adquiriu 100% do complexo “Delta 3” com capacidade instalada de 220,8 MW, localizado no estado do Maranhão, em transação com valor total de R$ 1,97 bilhão.
Para o CEO da Omega Geração, Antonio Augusto Torres de Bastos Filho, a aquisição compreende um ativo que atende aos padrões de alta qualidade e que tornará os fluxos de caixa da empresa ainda mais previsíveis, devido à diversificação de região e fonte. “Nosso portfólio passará a ser composto por 62% de energia eólica, 25% de energia solar e 13% de energia hidrelétrica. Também estamos felizes em continuar a expandir nossos investimentos em Minas Gerais, estado onde a Omega iniciou sua história há 10 anos, com o desenvolvimento da hidrelétrica Pipoca”, afirmou o CEO.
Com 1,2 milhão de painéis solares instalados em uma ampla área de 800 hectares, as condições de atratividade do complexo derivam de sua grande escala e alta insolação, fatores determinantes para a aquisição. “O Complexo Pirapora está situado em uma das melhores áreas de incidência solar do Brasil, em terreno plano e amplo com disposição de plantas que propicia eficiências de operação e manutenção”, comentou Bastos, reforçando que além da localização favorável, os projetos comercializaram sua energia via contratos com duração de 20 anos negociados em Leilões de Energia de Reserva, o que garante um fluxo de receitas longo e estável.
Atualmente, o parque é capaz de fornecer energia a aproximadamente 400 mil residências. Sobre os vendedores, Bastos mostrou-se honrado em associar-se a um player de classe mundial como a EDF Renewables, acreditando ser o primeiro passo de uma parceria duradoura. Da mesma forma, a transação também aproximou a Omega da Canadian Solar, uma das maiores empresas de energia solar do mundo e fabricante dos módulos fotovoltaicos instalados em Pirapora.
Com a incorporação do Complexo ao seu portfólio atual, a capacidade instalada da companhia passará a ser de 636,7 MW. No início de 2019, a previsão é que a empresa conclua a aquisição já negociada dos complexos eólicos Delta 5 e Delta 6, localizados no Maranhão e com 744,7 MW de capacidade instalada, crescimento de aproximadamente 400% em relação a janeiro de 2017. Além dessas transações, a companhia continua, de forma seletiva, prospectando negócios que possam adicionar valor a sua rede de ativos, com destaque para transação em curso desde seu IPO que está em fase avançada de diligência.
“Acreditamos que as fontes renováveis são uma realidade irreversível por seus atributos ambientais e sociais, e cada vez mais competitivas em termos de preço ao consumidor”, assinalou o CEO, que também destacou a competitividade das fontes solar e eólica nos últimos leilões de energia, que propiciaram uma redução do custo com energia a todos os consumidores brasileiros. “Temos consolidado nossa proposta de expansão sólida e sustentável do negócio a partir da contínua alocação de capital em projetos de altíssima qualidade e com isso pretendemos continuar entregando valor de forma sustentável a todos nossos stakeholders”, complementou Bastos.
De acordo com o Relatório Renewable Power Generation Costs da International Renewable Energy Agency (Irena), o custo de energia solar caiu 73% desde 2010. Graças aos excelentes recursos naturais, às crescentes necessidades energéticas e à extensão de seu território, o Brasil é reconhecido por seu grande potencial energético, especialmente de fontes renováveis, como eólica e solar. A entrada da Omega Geração neste mercado acontece em meio a um momento de forte expansão do segmento no país, que recentemente alcançou a geração de cerca de 1,3 GW de potência. A estimativa do mercado é de que a produção de energia solar fotovoltaica nacional dobre em 2018 em relação ao ano anterior e conquiste uma capacidade de geração cinco vezes a atual em 2025.