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O ex-ministro de Minas e Energia Fernando Coelho (DEM) lamentou o fato de não ter conseguido concluir, durante a sua gestão, muitas das iniciativas que poderiam melhorar o ambiente de negócio no setor energético. Nesta terça-feira, 14 de agosto, em São Paulo, o agora candidato a deputado Federal pelo estado de Pernambuco teve sua primeira conversa pública com os agentes do setor elétrico desde que deixou o ministério em abril deste ano.
“Tenho a consciência tranquila. Posso ser cobrado de muita coisa, menos de falta de coragem. Não faltou disposição para comprar as batalhas que precisavam ser enfrentadas”, discursou o candidato.
Coelho interrompeu sua agenda de campanha para participar do lançamento do livro “Setor Elétrico Brasileiro 2012-2018 – Resiliência ou transição?”, escrito pelos sócios da Compass Energia Marcelo Parodi e Paulo Mayon. Os autores registraram os acontecimentos que se sucederam no setor após a publicação da Medida Provisória 579, de 11 de setembro de 2012.
Mesmo com pouco conhecimento do setor elétrico quando foi indicado pelo presidente Michel Temer para assumir a pasta em maio de 2016, Coelho disse que teve toda a liberdade para montar a sua equipe. “Minha intimidade com o setor elétrico era 110 e 220”, brincou.
Coelho lembrou a situação política do país quando aceitou o desafio de comandar o MME e disse que se o ambiente político fosse mais “normal” talvez teria conseguido concluir muitas das ações iniciadas em sua gestão. “Se a gente tivesse um ambiente que não fosse tão tensionado e se a gente tivesse mesmo 48 meses, talvez a gente teria conseguido finalizar uma série de iniciativas que nós pontuamos que eram necessárias.”
Luiz Barroso, ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), aproveitou a oportunidade para agradecer por poder ter participado da equipe de Coelho. “Sou privilegiado de ter feito parte da equipe do ministro Fernando. Foi uma gestão que recebeu todas as pessoas nos horários mais improváveis possíveis.” Ele esperada que o legado que foi deixado tenha sido apenas um primeiro pilar para levar o setor para horizontes mais eficientes.
VELHO E O NOVO
Também presente no evento, o ex-secretário executivo do MME Paulo Pedrosa surpreendeu ao declarar que as decisões tomadas durante o período em que estava no Governo não foram tão ousadas como poderiam ser. “Fomos conservadores no sentido de que nós tentamos construir o caminho possível para preservar o status quo. Não foi um projeto de transformação”, disse.
Pedrosa disse que o setor vive um conflito entre o velho e o novo. E que caso uma correção nos rumos não seja feita, o setor elétrico poderá viver uma ruptura muito pior no futuro. “Temos que investir no novo. O que vejo hoje, talvez até por sobrevivência, é o ambiente econômico se voltando para o passado”, criticou.
Pedrosa voltou a defender a privatização da Eletrobras, criticou o crédito subsidiado, a reserva de mercado e as tentativas de “sabotagem” da venda das distribuidoras do Norte e Nordeste. “O passado nesse momento tenta pedalar mais um pouquinho”, disparou.