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Com uma aposta forte no Brasil, a Siemens vê na transição energética uma boa fonte de oportunidades. Em entrevista a jornalistas, o presidente da empresa, André Clark, reforçou as intenções no Brasil da fabricante de equipamentos e soluções e classificou o Rio de Janeiro como a capital dessa transição. Nos próximos cinco anos, a empresa pretende investir um bilhão de euros no país. De acordo com ele, há um encontro de players de óleo e gás em direção ao setor elétrico que aliado a um movimento de investimentos em energia eólica, biomassa tornam a previsão realidade. “Essa transição energética pode gerar um impulso de investimentos importantes no Brasil”, afirma.
A Siemens é uma das investidoras das duas usinas térmicas do Porto do Açu, no Rio de Janeiro. As outras são a British Petróleo e a Prumo Logística. As UTEs GNA I e II fazem parte de um hub de gás que é composto de seis usinas, restando ainda quatro para serem viabilizadas. Segundo Clark, a empresa está nesse complexo térmico desde 2014, quando ainda nem havia contrato firmado. “É um programa grande de investimento. A intenção ali é dar visibilidade ao Porto, que é um hub de gás”, avisa. Para o próximo leilão A-6, ele acredita que haverá uma forte disputa, devido à demanda. A Siemens também conversa com outros empreendedores para ser fornecedora de projetos térmicos que vão participar do leilão.
O executivo acredita que a velocidade dessa transição energética será bastante rápida, uma vez que o consumidor estará mais exigente sobre a energia no aspecto da qualidade e da segurança que ele vai consumir, se será limpa ou não. Outro aspecto que ele aponta é que as mudanças climáticas e as metas do acordo de Paris também vão acelerar esse processo. “A velocidade vai ser surpreendente maior hoje do que se acha hoje”, observa. Segundo Clark, haverá um grande impacto na vida urbana no país, já que cerca de 50% da população está concentrada em algumas capitais.
Na visão de Clark, o país precisa vencer o desafio da educação, que vai permitir que cada vez mais saiam já qualificados das suas escolas. Ele insiste nesse tema por acreditar que esse movimento pode criar muitas vagas de empregos no Brasil, principalmente na área de softwares.
Mesmo com o cenário de renováveis se inserindo cada vez mais, ele ainda vê o petróleo como fundamental nos próximos anos e o gás como um viabilizador de renováveis. A Siemens no país tem sete centros de pesquisa e 12 fábricas no mundo. A área de energia tem dois centros, um em Belo Horizonte, e outro em Curitiba. No Rio de Janeiro, fica o centro de pesquisa em Petróleo e Gás. Ele reforça que a capital carioca é o local ideal para se discutir a transição energética, já que a cidade é a sede da Eletrobras, EPE, ONS, UFRJ, além da própria Petrobras. “Grande parte da comunidade elétrica está aqui”, aponta o executivo, que promove o III Fórum Siemens nesta quarta-feira, 15 de agosto, no Rio de Janeiro.