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A mais tradicional fabricante de equipamentos para o setor eólico no Brasil, a Wobben Enercon, planeja uma remodelação de sua planta no país. A empresa deverá entregar os aerogeradores já contratados pela Rio Energy em Serra da Babilônia com 223 MW e outros dois projetos de menor porte com 80 MW e 60 MW para fechar momentaneamente a linha de produção. De acordo com o cronograma, as entregas ocorrerão até meados de 2019.
“Nossas atividades para a entrega desses projetos vão até meados de 2019. Depois disso vamos parar a produção para realizar as adaptações em nossa fábrica que são necessárias para atender a novas plataformas que podem ser produzidas por aqui”, revelou o presidente da empresa, Fernando Real, em entrevista à Agência CanalEnergia no estande da empresa durante a edição 2018 do Brazil Windpower.
Ele não quis revelar o valor do investimento que a companhia planeja aportar. Até porque a fabricante, que tem um perfil mais discreto, ainda diz que a plataforma está em avaliação. Uma coisa é certa, seguirá a tendência de outros fornecedores que é a de fornecer turbinas de maior porte que começaram a inundar o mercado neste último ano.
Algumas das concorrentes já aproveitaram a oportunidade e apresentaram seus produtos durante o evento que é o maior do segmento na América Latina. As potências estão acima de 4 MW e próximos a 5 MW de capacidade. Em um passado recente as capacidades giravam na casa de 2 a 2,5 MW, ultrapassando esta marca em alguns casos pontuais.
Atualmente a empresa produz no Brasil a E-92 com 2.35 MW de capacidade e os planos da companhia estão entre máquinas cuja potência é de 3 MW ou de 4,5 MW. A fabricante não mira apenas o mercado nacional, há possibilidades em outros países da América do Sul para a unidade brasileira. A meta da alemã Enercon, da qual a Wobben é a subsidiária local, é de aumentar sua internacionalização no mundo todo.
Real lembra que a decisão a ser tomada para o futuro da empresa no país depende do que ocorrer no leilão A-6, agendado para o próximo dia 31 de agosto. Afinal, lembrou, o volume de contratação de 1 GW em nova capacidade indicada pelo governo pode ser uma boa sinalização se considerarmos que o país vem de um período de crise que levou ao cancelamento de leilões e a uma queda da demanda. Em sua avaliação um volume entre 1 GW e 1,5 GW em contratos nesse leilão para 2024 não pode ser considerado ruim, mas que não é o suficiente para a sobrevivência de toda a indústria local instalada por aqui. “O ideal seria um volume entre 3,5 GW a 4 GW em contratos ao ano”, destacou.
A companhia pontua que vem acompanhando as megatendências do mercado mundial de eólicas onde os clientes vem demandando aerogeradores de maior potência e que são mais eficientes. E ao passo que as turbinas ficam maiores é necessário mais investimento dos mercados que estão mais maduros quando o assunto são as renováveis e não dependem tanto de políticas governamentais.