O leilão das distribuidoras da Eletrobras pode ter mais uma baixa. Segundo presidente da companhia, Wilson Ferreira Júnior, a Amazonas Distribuidora só poderá participar do certame se a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovar a desverticalização da empresa, ou seja, permitir a separação entre os negócios de geração e distribuição de energia. Esse tema estava programado para ser deliberado pela agência na última segunda-feira, 13 agosto, porém o processo foi retirado de pauta, podendo retornar a pauta na próxima semana.

Ferreira participou nesta quinta-feira, 16 de agosto, de reunião da Apimec em São Paulo, na B3. No caso da Amazonas Energia, existe uma negociação inconclusa envolvendo a transferência de contratos de fornecimento de gás. Além da Amazonas Energia, a distribuidora de Alagoas também enfrenta obstáculos para participar do certame. Neste caso, a disputa envolve discussões envolvendo valores que o Governo Estadual diz ter direito a receber por parte da União. Há uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal que impede a venda a distribuidora alagoana.

Dependo do andamento dessas disputas, o executivo sinalizou que um novo leilão poderá ser agendado para final de setembro com o objetivo de vender essas duas empresas. Ferreira voltou a explicar que o Projeto de Lei 10332/18, em tramitação no Senado, não impede a venda das distribuidoras. Para o leilão do dia 30 de agosto, estão confirmas as licitações das distribuidoras de Roraima, Acre e Rondônia. Os investidores interessados em participar do leilão precisarão depositar as garantias até 23 de agosto. Ele não descartou que esse prazo possa ser adiado, como aconteceu no caso da licitação da Cepisa, comprada pela Equatorial.

Segundo o executivo, o movimentação no data room “continua forte”, sinalizando que há investidores interessados no leilão. Ele garante que os ativos são bons negócios, desde que o novo controlador consiga reduzir as perdas de energia e os custos com pessoal, material e serviços. “Além disso, essas empresas têm um crescimento de mercado maior, até porque tem uma demanda reprimida enorme”, pontuou.

Um representante dos trabalhadores identificado como do Sinergia Campinas criticou a privatização por causa das perdas de postos de trabalho. Ferreira rebateu as críticas dizendo que a população desses Estados não podem ter um serviço de energia comprometido por causa da ineficiências dessas distribuidoras. “Não há perdas de posto de trabalho. Pega o caso do Piauí, 3 mil empregados e 3 milhões de pessoas. Não é certo que 3 mil percam o posto de trabalho, mas não é certo que a população perca redução de tarifa.”