A agência de classificação Fitch Ratings atribuiu o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA-(bra)’ (AA menos (bra)) à proposta de quinta emissão de debêntures da Copel Geração e Transmissão. O valor é de R$ 220 milhões a serem pagos em série única e com prazo final de sete anos.

As debêntures contarão com o aval de sua controladora, a Copel, e com garantia real adicional da cessão fiduciária de direitos creditórios oriundos dos contratos de concessão de quatro linhas de transmissão que a emissora detém. Os recursos da emissão serão destinados ao reembolso de investimentos realizados pela Copel GeT para o desenvolvimento dos projetos que possuem os recebíveis cedidos como garantia. A Fitch classifica a Copel e suas subsidiárias com o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA-(bra)’ (AA menos (bra)) com Perspectiva Estável.

Na análise da agência, os ratings se apoiam na robusta geração de fluxo de caixa das operações (CFFO) e na satisfatória flexibilidade financeira do grupo, com expectativa de significativa redução dos investimentos a partir de 2019 e incremento da geração de caixa proveniente da entrada em operação de importantes projetos de geração e transmissão de energia, em 2018 e 2019.

Na opinião da Fitch, a alavancagem financeira ajustada do grupo aumentou gradualmente, devido a um programa de investimentos mais intenso, cujo ciclo está se encerrando. Pelas projeções e por critérios próprios da agência, a relação dívida líquida ajustada/EBITDA ajustado atingirá o pico de 4,7 vezes em 2018, migrando para patamares mais moderados e adequados à atual classificação da Copel a partir do ano seguinte. A companhia segue com o desafio de fortalecer sua posição de liquidez e o perfil de dívida, principalmente na holding.

A avaliação reflete, ainda, a atuação do grupo como empresa integrada de energia, com importantes ativos de geração, transmissão e distribuição. O perfil de crédito é concebido em bases consolidadas, contemplando a existência de cláusulas de cross default em algumas dívidas das empresas do conglomerado, e considera, principalmente, o risco de crédito de suas duas principais subsidiárias: Copel Distribuição e Copel GeT. A diversidade de segmentos e de ativos beneficia a empresa, pois atenua possíveis riscos operacionais e a maior volatilidade existente no fluxo de caixa do segmento de distribuição. Na visão da agência, o segmento de transmissão, que é o de menor risco no setor elétrico, apresenta elevada previsibilidade de fluxo de caixa, enquanto o de geração hidrelétrica se caracteriza por apresentar baixo risco de negócios em cenários hidrológicos satisfatórios.

Os ratings da Copel consideram o risco político, decorrente de seu controle acionário público, que é evidenciado pelo histórico negativo de diferimentos parciais de reajustes tarifários da Copel Distribuição e, mais recentemente, pela elevação do pay-out na distribuição de dividendos referentes ao exercício de 2016, que foi de encontro à recomendação da diretoria da empresa. As classificações contemplam o moderado risco regulatório do setor elétrico brasileiro e o risco hidrológico inerente ao negócio, atualmente acima da média.