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Buscando atender a uma demanda que vem crescendo cada vez mais entre as empresas de energia, o Grupo Bureau Veritas tem realizado inspeções áreas com drones para o monitoramento de painéis solares e aerogeradores no Brasil. Segundo o vice-presidente comercial da América Latina do Grupo, Vinicius Parmezani, o projeto para implantação da tecnologia começou em caráter piloto desde 2017, ganhando corpo este ano com foco maior nos ativos de fontes renováveis.

“O uso de drones para o setor de renováveis é algo relativamente novo no Brasil, mas que atende à necessidade de avaliar com mais assertividade o estado dos ativos, refletindo em ganhos operacionais importantes para nossos clientes”, destacou Vinicius.

Os equipamentos possuem câmeras de termovisão e sensores para avaliação do efeito Corona, como é conhecida a descarga elétrica gerada pela ionização do campo de transmissores com as partículas de ar, umidade ou poeira e que resulta na perda de energia.

Um dos ganhos com o uso da nova tecnologia é a substituição dos aparelhos utilizados em nível do solo, permitindo maior alcance e visibilidade. O processo ocorre em três etapas. Inicialmente é feita a captação das imagens por profissionais habilitados para o o equipamento, para depois as imagens serem processadas e avaliadas seguindo os critérios e padrões definidos pelo Bureau Veritas, garantindo, por fim, a entrega do relatório de integridade do empreendimento em questão.

Além do monitoramento de ativos em operação, o grupo possui contratos de inspeção e supervisão de elementos geradores, equipamentos e das materiais para construção dos parques eólicos, através de avaliação de fábrica, diligenciamento, acompanhamento de testes, inspeção final, análise dos documentos de qualidade e inspeção pós-embarque.

“Todas as etapas e evidências são acompanhadas pelos nossos clientes através de uma aplicação que temos na nuvem, tornando o processo transparente e eficiente”, salientou Vinicius, acrescentando que a forma de utilização da tecnologia vem variando bastante, tanto na distribuição de energia, com captação de informação de campo e imagens mais complexas, como em alguns trabalhos para acompanhamento da condição de placas e painéis fotovoltaicos, como os relatórios finalizados e entregues ainda este mês sobre dois parques solares no Nordeste, com 30 MW de capacidade instalada.

Para o executivo, o uso de drones vem para literalmente mudar a forma de fazer inspeção e monitoramento dos ativos de renováveis, permitindo realizar “incursão visual, termografia e verificar a união dos casos do efeito corona” sem precisar realizar qualquer parada na operação, ou sem que ninguém precise subir em um aerogerador ou percorrer extensos parques eólicos ou fazendas solares.

Os modelos implementados aqui foram inspirados na experiência internacional do Bureau Veritas, em países como Uruguai, Alemanha, França, China e nos Estados Unidos. “Trabalhamos hoje com dois tipos de negócio: um em que utilizamos equipamentos próprios e outro em que alugamos um equipamento para usos mais pontuais, como para obtenção de dados mais sensíveis, como medição do efeito térmico”, afirmou o vice-presidente.

Atrelado a prática, a companhia tem também desenvolvido algumas parcerias globais com empresas de processamento de imagens, o que evita o trabalho analítico depois de uma avaliação de uma série de imagens. Um desses casos é o Avista System, um software específico que entra com toda metodologia de coleta de dados de campo, definindo a identificação de padrões e emissão de alertas e relatórios.

“Em voos com uma frequência determinada, conseguimos saber a evolução e até mesmo o monitoramento de uma corrosão específica, que hoje pode não ser um problema, mas que pode vir a ser mais à frente”, ressaltou Vinicius.

Investimento em pessoal

Ainda que possa parecer, o drone e a tecnologia de software não representam o maior custo dentro deste investimento, que teve seus maiores recursos direcionados ao desenvolvimento de pessoas e novos procedimentos, através de uma convicção da empresa de que muitos mais projetos deste tipo virão.

Vinicius Parmezani explicou que a definição de protocolos e metodologia, inclusive a partir do ponto de vista da segurança, que muda radicalmente com a forma de trabalho, adaptação às leis brasileiras e normas de aviação civil, representam esforços relevantes para a multinacional, além é claro, do treinamento da equipe.

“A Bureau é uma empresa de quase 200 anos, tradicionalíssima no setor de inspeção e monitoramento. O que estamos fazendo é uma mudança significativa, inclusive para nós, adaptando-se as mudanças“, declarou o executivo.

Mercado em crescimento

Visto a previsão indicar aumento dos custos com Operação e Manutenção para os próximos anos, a Bureau enxerga nesse mercado um espaço interessante para empregar o uso da tecnologia, oferecendo esse serviço para manutenção.

No caso da distribuição, onde mais de 99% da rede brasileira é aérea, um dos grandes problemas é a questão da vegetação. “Em todas distribuidoras em que tive oportunidade de conversar com executivos, ambos apontaram essa questão da vegetação como uma das principais dores de cabeça nas empresas. A ideia é responder a isso, focando essa ferramenta para esse nicho de mercado”, assinalou o vice-presidente.

Para atender a esta última demanda, Vinicius comentou que a empresa está fechando ainda para este mês ou setembro a aquisição de um modelo VANT, que tem um design diferente, sendo muito maior que um drone convencional, assemelhando-se mais ao formato de um avião pequeno.

“Vamos fazer um primeiro teste de monitoramento de vegetação aqui no Brasil, com foco mais na transmissão. A linha que sai do parque e conecta na rede básica é muito passível de desligamentos por conta da flora. Então colocaremos essa tecnologia também, inclusive utilizando Laida”, comentou o executivo.