No intuito de dar visibilidade ao potencial energético de resíduos florestais, seus benefícios e as principais barreiras que restringem seu desenvolvimento no Brasil, a EPE lançou o estudo “Potencial Energético de Resíduos Florestais do Manejo Sustentável e de Resíduos da Industrialização da Madeira”, através da Nota Técnica EPE 17/18. Encomendada pela Casa Civil da Presidência da República e elaborada em parceria com o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), a pesquisa traduz mais um passo relevante para compreensão do aproveitamento do recurso no país.

As estimativas foram realizadas considerando-se duas situações, indicando como resultado a existência de significativo potencial de aproveitamento energético. Na primeira delas, a partir do manejo sustentável de florestas nativas, indica-se um potencial de 6,5 GW de capacidade instalada para geração elétrica, dos quais 2,1 GW em sistemas isolados. A substituição da geração a diesel, no atendimento da base da carga dos sistemas isolados, permitiria evitar importações de cerca de R$ 1 bilhão ao ano em óleo diesel, além da potencial criação de 6.800 postos de trabalho diretos, considerando operação e manutenção das usinas.

Na segunda situação avaliada, considerando-se apenas a biomassa residual gerada no processamento de madeira em toras, procedentes de florestas plantadas, o aproveitamento energético desta fonte apresenta um potencial de 633 MW de potência, concentrada nas regiões Sul e Sudeste, nas quais as tarifas elétricas são inferiores às decorrentes da geração à diesel. Dessa forma, este aproveitamento de resíduos madeireiros se apresenta como interessante alternativa nos mercados de geração distribuída e de micro e mini-geração distribuída compartilhada. Estima-se que aproximadamente 10.700 postos de trabalho diretos poderiam ser criados.