Percebendo a baixa participação das mulheres em cargos de liderança no Ministério de Minas e Energia, duas servidoras resolveram partir para ação e iniciam um projeto em busca de aumentar a representatividade feminina nas posições de liderança da pasta historicamente ocupadas por homens.
O projeto “Sim, elas existem” é liderado por Agnes M. da Costa, diretora de assessoria econômica do MME, e por Renata Beckert Isfer, consultora jurídica do MME. A ideia nasceu de um curso em Harvard de que as servidoras participaram sobre mulheres e poder.
A partir de sugestões do mercado, da academia e da sociedade civil, a projeto busca criar uma lista com profissionais mulheres capazes de assumir as posições chaves no ministério. As sugestões devem ser feitas por meio da rede social LinkedIn das autoras do movimento ou pelo email: simelasexistem@gmail.com. A lista com os nomes será apresentada aos candidatos à presidência da República.
“A ideia do projeto é incentivar um esforço coletivo e espontâneo para organizar uma lista com as profissionais que tenham perfil e competência para os cargos de liderança no MME, nas agências e nos conselhos de administração das empresas vinculadas”, disse da Costa.
O desafio, contou ela, será criar a mesma mobilização no setor mineral, bem como estabelecer critérios objetivos de elegibilidade para a inclusão dos nomes sugeridos na lista pretendida. Ao final, as organizadoras pretendem publicar um artigo prestando contas sobre os nomes escolhidos.
“Para se ter uma ideia do que estamos falando e de como este trabalho tem o potencial de mudar paradigmas, apenas no que diz respeito ao Ministério de Minas e Energia, desde 2005, quando começamos a acompanhar a liderança da pasta, verificamos que o MME teve apenas uma ministra e uma secretária de Estado (no ministério há 4 secretarias de Estado e uma secretaria-Executiva)”, disse em artigo enviado à Agência CanalEnergia.
“Honestamente, não sabemos ainda se conseguiremos concluir nosso propósito, que é um tanto ambicioso, mas se tivermos êxito em fechar e entregar as listas com sugestões de nomes de profissionais, mulheres, qualificadas, entendemos que os resultados do nosso projeto de intervenção serão extremamente mensuráveis”, escreveu a servidora.