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O Grupo Capitale lançou oficialmente nesta terça-feira, 28 de agosto, a ZEG, empresa de geração por meio de fontes renováveis em quatro frentes de atuação, a solar, hídrica, biogás e resíduos. Nesta última está integrada a ZEG Ambiental, que já possuía atuação como ZEG Environmental, que foi renomeada. A companhia inicia suas operações com foco na geração distribuída e conta com uma perspectiva de investimentos na casa de R$ 1 bilhão nos próximos três anos, possui cerca de 25 projetos desenvolvidos e prontos para serem implantados.

Os principais empreendimentos da companhia estão na área ambiental. A solução da empresa consegue absorver algo próximo a 90% do resíduo utilizado para a produção de gás combustível que pode ser utilizado para a geração de energia elétrica, entre outras aplicações. O processo todo ocorre em um contêiner normal com um reator instalado e que utiliza a pirólise para extrair as moléculas de carbono de uma grande gama de substâncias que podem ser utilizadas.

Os executivos da companhia afirmam que os resíduos a serem utilizados são de diversas fontes, vão desde os resíduos orgânicos até material hospitalar, resíduos sólidos, entre outros. O resultado dessa transformação é um volume pequeno de material que pode ser utilizado para outros fins, como por exemplo, adubo ou produção de cimento, mas que é irrelevante na composição final da geração de receita da companhia capitaneada por Daniel Rossi, um dos fundadores da Capitale Energia e presidente da ZEG.

O foco da organização no atual momento, explicou ele, está em projetos de geração distribuída de até 5 MW de capacidade e, por isso, um dos pilares da expansão da empresa será mais notada na fonte solar fotovoltaica, até porque, lembrou ele, essa é a modalidade de geração que está mais em evidência no país para atendimento do mercado. Contudo, os planos da empresa também passam por atender ao ambiente livre de contratação. A fonte eólica, explicou ele, não ficou com a ZEG e sim com a Capitale, que aliás, apoiará a nova empresa.

O presidente da ZEG afirmou que o mercado a ser explorado é de grande potencial e nas quatro frentes em que atua. Mas indica que a ambiental tem apetite maior porque trata de dois tipos de problema ao mesmo tempo, o da gestão de resíduos e geração de energia. Na solar, comentou, há vários projetos em estudo não somente em GD, mas inclusive em projetos voltados para o ACL. “Com a futura mudança regulatória com a entrada da vigência do preço horário essa é a energia que apresenta o melhor sinal de crescimento econômico”, ressaltou ele.

A divisão ambiental é que ficou em primeiro momento com a maior parte dos recursos. A tecnologia utilizada é a Flash Dissociation System (FDS) que segundo dados apresentados, transforma o resíduo injetado em gás em menos de um segundo quando o reator está em sua plena capacidade operacional. Essa tecnologia destacou a ZEG poderia ser replicada em todo o país, diferentemente das tecnologias existentes no mercado externo que apresentariam viabilidade de atender a apenas 10% dos 5.561 municípios brasileiros devido a questões de escala e economicidade.

Como a regulação do setor não permite a venda de excedentes de sistemas de geração distribuída, Rossi afirma que a empresa vê a necessidade de que o modelo regulatório possa ser equilibrado. E que acredita que uma mudança potencial da resolução 482 de 2012 da Aneel poderia contemplar essa modalidade de negócio. Contudo, a Aneel já indicou em eventos passados que a tendência é de que essa revisão que deverá entrar em vigor deverá acrescentar o net metering com a compensação entre diferentes distribuidoras de energia no país, um fato que ainda não é permitido.

Apesar disso, lembrou Reginaldo Medeiros, presidente executivo da Abraceel, em debate promovido no evento de lançamento da ZEG, a agência está com toda uma diretoria renovada e com pessoas que possuem uma nova visão sobre as mudanças do setor elétrico. Isso, destacou ele, é um fator positivo que pode viabilizar alterações de forma mais acelerada que víamos no passado.

“Acreditamos no ambiente com mais equilíbrio para que possamos desenvolver negócios e o mercado desenvolver-se por sua própria força, acreditamos em um mercado competitivo. Até dezembro de 2019 permanecerá como está, isso é fato, depois conviveremos com um novo mercado e estamos pronto para fazer parte dele”, comentou Rossi.

Nos quatro pilares de negócios o aporte é majoritário da ZEG e com o capital próprio para mostrar que e empresa acredita na tecnologia aplicada. A ideia, comentou Rossi, é de somente quando essas usinas no pipeline tiverem rodando que a companhia deverá se voltar para captar no mercado de financiamento tradicional e recorrer a seus dispositivos mais conhecidos.

A companhia foi selecionada pela Nexa (ex-Votorantim Metais) para implantar o projeto da ambiental na unidade de Juiz de Fora (MG) – em parceria com a Ecogen – e pela Claro em seu projeto de GD para construir duas fazendas solares na Bahia. E ainda há projetos em estudo nos estados de Goiás e Minas Gerais, entre outros, visando atender a demandas de clientes naquelas regiões.

“Nesse primeiro momento o nosso modelo é atender ao B2B, grandes clientes que precisam operar em baixa tensão, pois tem muitas cargas espalhadas e não podem entrar no mercado livre. Após isso é que passaremos a modelo de atuação no B2C e o consumidor final. Nesse sentido, com a regulação atual esse caminho seria por meio de cooperativas e consórcio para que cada um possa ter sua fração daquela usina de geração distribuída. Mas isso ainda é um passo futuro”, finalizou ele.