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Foi inaugurada nesta quinta-feira, 30 de agosto, a sétima cascata ultracentrífugas, na Fábrica de Combustível Nuclear das Indústrias Nucleares do Brasil, em Resende (RJ). A cascata vai permitir o aumento em 25% na produção do urânio enriquecido. Com isso, a INB vai ser capaz de produzir metade do necessário para uma recarga anual da usina de Angra I. Essa inauguração faz parte da primeira fase da implantação da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio, projeto em conjunto com a Marinha do Brasil, que visa à instalação de 10 cascatas de ultracentrífugas. De acordo com o presidente da INB, Reinaldo Gonzaga, o patamar que a empresa alcança a coloca em pé de igualdade com o que há de mais moderno no mundo. “Desenvolver o Brasil e o uso da tecnologia nuclear nas suas múltiplas aplicações é a meta que perseguimos”, afirma.
Desde 2000, a INB já investiu R$ 560 milhões no projeto e a previsão é de que até 2033 o aporte total chegue a R$ 3 bilhões. A primeira fase está prevista para terminar no final de 2021. São sete cascatas em operação: de 1 a 3, no módulo 1; as cascatas 4, 5 e 6, no módulo 2 e a 7 no módulo 3. Os módulos que vão receber as cascatas 8, 9 e 10 deverão ter a sua infraestrutura terminada em 2018. O planejamento indica que o comissionamento da cascata 8 deverá começar em 2019, enquanto a 9 e 10 entre 2020 e 2021.
O Brasil está em um grupo restrito de países junto com Estados Unidos, China, França, Japão, Paquistão, Rússia, Holanda, Índia, Irã, Alemanha e Inglaterra que dominam todos os processos que envolvem o urânio, da mineração até o enriquecimento. “Sabemos como enriquecer o urânio e fazemos isso de forma mais eficaz que a usada em outros países do mundo”, observa Gonzaga. Ele quer no futuro aplicar a etapa de conversão em escala industrial. “Assim teremos a total independência produtiva nos processos do ciclo do combustível nuclear, motivo de orgulho para qualquer país que já tenha essa conquista”, revela.
Na cerimônia de inauguração, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab, ressaltou o caminho do país na sua independência nuclear. Segundo ele, o país vive um momento peculiar, em que há consciência da capacidade, mas também existe a necessidade de se superar, ser mais eficiente. “Hoje a INB proporciona mais essa demonstração de capacidade de eficiência”, ressalta. Para ele, o projeto nuclear brasileiro se consolida, de modo a buscar a independência.
*O repórter viajou a convite da INB