A agência de classificação de risco S&P Global Ratings reafirmou os ratings de crédito de emissor ‘B’ na escala global e ‘brA+’ na Escala Nacional Brasil atribuídos à Cemig e às suas subsidiárias operacionais, Cemig D e Cemig GT. A perspectiva da avaliação continua positiva e o perfil de crédito individual ‘b’ da distribuidora permanece inalterado. Também foi reafirmado o rating de crédito ‘B’ das notas senior unsecured da Cemig GT.
A análise baseia-se na opinião da agência de que é improvável uma interferência extraordinária pelo governo de Minas Gerais na companhia – na forma de retirada de ativos, capital ou liquidez – que possa afetar a liquidez e as métricas de crédito.
No entanto, a Cemig continua exposta a fraquezas macroeconômicas por ser uma entidade vinculada ao governo estadual, o que resulta em uma comparação desfavorável em relação a alguns de seus pares no segmento de serviços de utilidade pública. Em 24 de agosto de 2018, os ratings de crédito de Minas Gerais foram rebaixados, de ‘B-’ para ‘CCC-’ na escala global e de ‘brBBB-’ para ‘brCCC-’ na Escala Nacional Brasil, com perspectiva negativa.
Embora Minas Gerais detenha 51% do capital da Cemig, a S&P acredita que o risco de intervenção seja atenuado pelo marco regulatório, uma vez que a concessionária opera sob a supervisão da Agência Nacional de Energia Elétrica.
Além disso, as cláusulas contratuais restritivas (covenants) financeiras de parte significativa da dívida da empresa estabelecem importantes restrições, incluindo a distribuição de dividendos limitada ao nível mínimo obrigatório definido no Estatuto Social do grupo, além de proibir a alteração deste. Ainda, o expressivo endividamento da companhia limita sua capacidade de remeter recursos. Esses fatores respaldam a visão da agência de que, mesmo em um cenário hipotético de default na capital mineira, a concessionária continuaria operacional e honrando o serviço de sua dívida. Dessa forma, a avaliação da empresa segue acima dos ratings de seu acionista controlador.
Por fim, a perspectiva positiva reflete o entendimento da S&P de que há ao menos uma em três chances da Cemig reportar métricas de crédito mais fortes nos próximos 12 meses, com um índice de dívida ajustada sobre EBITDA consistentemente abaixo de 5,0x e geração interna de caixa (FFO – funds from operations) sobre dívida acima de 12%, sobretudo se seu programa de venda de ativos se concretizar.