O leilão A-6 terminou nesta sexta-feira, 31 de agosto, após quase quatro horas de competição com a contratação de 2.100 MW de capacidade, correspondente a 1.228 MW médios. Foram viabilizadas 48 projetos da fonte eólica (1.250 MW), três termelétricas (391 MW) e 11 usinas hídricas (457,7 MW). Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os empreendimentos demandarão R$ 7,68 bilhões de novos investimentos.

De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o preço médio de venda do leilão foi R$ 149,87/MWh, representando um deságio médio de 46,89%, o que significa uma economia de R$ 20,9 bilhões aos consumidores brasileiros.

O preço médio final das hídricas foi de R$ 181,48/MWh, das eólicas R$ 90,45/MWh e das térmicas R$ 179,85/MWh. Entre as geradoras vencedoras estão Eneva, Copel, Neoenergia, CPFL Renováveis, EDP Renováveis. Destaque para hidrelétrica Baixo Iguaçu (Copel/Neoenergia), que vendeu uma expansão, e para térmica a gás natural Parnaíba (Eneva).

A fonte eólica apresentou deságio de 60,15% frente ao preço teto de R$ 227/MWh. A fonte hídrica apresentou deságio de 37,42% frente ao preço inicial de R$ 290/MWh e a fonte térmica apresentou deságio de 41,61% frente ao teto de R$ 308/MWh. O menor preço da eólica foi de R$ 87/MWh. No total, 19 distribuidoras comparam energia. A maior compradora foi a Ceron, seguida por Cemig e Celesc.

Estados que viabilizaram mais projetos foram Rio Grande do Norte (742,3 MW), Bahia (508,4 MW), Paraná (427,2 MW) e Maranhão (353,2 MW).

O prazo de suprimento para os empreendimentos hidrelétricos é de 30 anos e para a fonte eólica, de 20 anos. Para os projetos de geração a partir de termelétrica, o prazo de suprimento é de 25 anos. Os projetos precisarão entrar em operação em 1º de janeiro de 2024.

O leilão A-6 de 2018 é o primeiro certame em que a fonte eólica será contratada na modalidade por quantidade, em que os riscos são assumidos pelo gerador, em função da maturidade dessa fonte e de sua competitividade.

O leilão  começou com quase sete horas de atraso por conta de uma decisão judicial do Tribunal do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. O tribunal concedeu uma liminar para uma empresa que questionava o processo de habilitação dos empreendimentos. Após horas de embate jurídico, a Advocacia Geral da União (AGU) conseguiu reverter a sentença do TRF, alegando que a suspensão do leilão ameaça diretamente o interesse público. O leilão começou às 16h40.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) registrou o cadastramento de 1.090 projetos para o leilão, totalizando 59.116 MW de potência instalada. Desse montante, 928 projetos referem-se a empreendimentos eólicos, 66 de PCHs, sete de UHE’s, 23 de CGHs, 25 de termelétricas a biomassa, dois de termelétricas a carvão e o restante (39), de termelétricas a gás natural.