As aquisições de distribuidoras endividadas no Norte do país não alteraram o perfil de crédito do Grupo Energisa, informou nesta quarta-feira, 5 de setembro, a agência de classificação de risco Fitch. A Energisa comprou em leilão realizado em 30 de agosto as empresas Ceron (RO) e Eletroacre (AC), antes operadas pelo grupo Eletrobras.

Para a agência, o grupo tem um histórico positivo e poderá melhorar o fraco desempenho operacional e o Ebitda negativo de ambas as distribuidoras de energia, e também deverá contar com ganhos de sinergia e revisões tarifárias extraordinárias em 2019 para apresentar, gradativamente, indicadores consolidados de crédito em linha com os atuais, até o fim de 2021.

Em uma base consolidada pro forma e considerando um Ebitda neutro para a Ceron e para a Eletroacre, a Fitch acredita que a Energisa atingirá Ebitda de R$ 2,7 bilhões e dívida líquida de R$ 10,7 bilhões, levando a uma alavancagem líquida de 4,0 vezes ao final de 2019. Este índice se compara ao de 3,4 vezes, reportado no período de 12 meses encerrado em junho de 2018.

De acordo com a metodologia da Fitch, a estimativa de aumento da dívida proveniente das duas novas concessões é de R$ 3 bilhões neste cálculo. Para 2020, a agência acredita que o grupo será capaz de obter mais ganhos de eficiência e o benefício total da revisão tarifária extraordinária da Ceron e da Eletroacre.

Neste ano, a alavancagem líquida deverá ficar próxima a 3,5 vezes, considerando uma contribuição de Ebitda na faixa de R$ 250 milhões a R$ 350 milhões, proveniente das duas entidades combinadas. Dificuldades para reduzir a alavancagem líquida nos próximos anos ou para atingir um índice de 3,0 vezes, ou menos, em 2021 poderiam pressionar os ratings.

Os IDRs do Grupo Energisa refletem o risco de negócio de baixo a moderado do segmento brasileiro de distribuição de energia, o que é parcialmente mitigado pela diversificação do grupo por meio de 11 concessões. A Fitch acredita que as garantias prestadas pela Energisa como parte da dívida de suas subsidiárias e as cláusulas de inadimplência cruzada equalizam os ratings. A análise incorpora o moderado risco regulatório do setor brasileiro de energia e o risco hidrológico atualmente acima da média.

RATINGS AFIRMADOS

– IDRs (Issuer Default Ratings – Ratings de Probabilidade de Inadimplência do Emissor) de Longo Prazo em Moedas Estrangeira e Local da Energisa e de suas subsidiárias em ‘BB’ e ‘BB+’ (BB mais), respectivamente.

– Rating Nacional de Longo Prazo em ‘AA+(bra)’

– Perspectiva dos ratings é estável.