Um levantamento realizado pela Cemig apontou que 20 mil clientes ficaram sem energia elétrica no primeiro semestre de 2018, após incêndios atingirem a rede. No período, foram registradas 77 interrupções na área de concessão da empresa, sendo a maioria na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no Sul e no Norte de Minas.
No primeiro semestre do ano passado, foram registradas 95 ocorrências, afetando mais de 41 mil usuários. Apesar da queda no número de interrupções em relação ao ano anterior, a companhia segue atenta, já que no segundo semestre as queimadas se intensificam pelo clima seco e às altas temperaturas.
Para minimizar os possíveis danos provocados pelo fogo, a concessionária realiza anualmente ações preventivas, investindo na limpeza de faixas de servidão, com a poda de árvores e arbustos, remoção da vegetação ao redor das torres e aplicação de pintura antichamas nos postes de madeira em locais de risco.
No entanto, segundo o engenheiro eletricista Demétrio Aguiar, da Cemig, essas ações não são suficientes, uma vez que a maioria dos incêndios decorre de práticas humanas impróprias ou imprudentes. “A principal causa de incêndios florestais em Minas Gerais são as queimadas preparatórias de pastos e de terrenos para plantio, que acabam fugindo do controle dos agricultores e se espalham rapidamente, especialmente em dias de altas temperaturas e baixa umidade do ar. Além disso, o abrasamento de lixo e o descarte de cigarros acesos na beira das estradas também ocasionam queimadas em nosso estado”, explicou o especialista.
Ainda segundo Demétrio, ao atingir redes de distribuição de energia, os incêndios podem provocar danos aos postes e, consequentemente, destruição dessas estruturas e de cabos condutores. Nessas situações, é necessário substituir os equipamentos, atividade que demanda tempo e provoca a demora na religação dos circuitos atingidos. “Há também o risco de curtos-circuitos em linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica, causados pelo aquecimento das proximidades dos cabos condutores”, ressaltou o engenheiro.
Além dos danos ao setor elétrico, as queimadas prejudicam a segurança dos motoristas, que têm a visibilidade das pistas comprometida devido à fumaça e, no ambiente rural, reduzem a produtividade nas áreas de cultivo atingidas pelo fogo. Entre os diversos problemas ambientais, cabe destacar o impacto à fauna, visto as queimadas florestais contribuírem para a depredação do habitat natural de muitas espécies, que ficam impossibilitadas de fuga.