Com objetivo de apresentar e debater ideias e propostas para o aprimoramento da geração distribuída no país, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica promove, na próxima quinta-feira (27), um encontro entre especialistas da Agência Nacional de Energia Elétrica e empresários do setor de energia solar, para debater a atualização da Resolução Normativa nº 482, marco regulatório que autorizou os brasileiros a gerarem sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis e, com isso, economizar na conta de luz.
O evento, intitulado “O Futuro da Geração Distribuída”, acontecerá em São Paulo, no espaço nobre da FIESP, e terá a participação especial do superintendente de regulação dos serviços de distribuição da Aneel, Carlos Alberto Calixto Mattar, e da especialista em regulação da Aneel, Lívia Maria de Rezende.
O debate contará ainda com a presença dos associados da Absolar, incluindo o Conselho de Administração da entidade, bem como representantes das principais empresas do setor solar fotovoltaico brasileiro. Um dos temas centrais sobre a revisão da regulamentação a serem abordados diz respeito à forma como a energia gerada pelo consumidor é valorada, o que poderia influenciar o benefício econômico percebido pelo cidadão. A Associação é contrária a qualquer alteração que prejudique os benefícios aos consumidores da geração distribuída fotovoltaica.
Para o presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk, ainda é muito cedo para qualquer alteração no modelo de compensação de energia elétrica atual. “O setor solar fotovoltaico propõe a realização de estudos técnicos qualificados e imparciais que quantifiquem todos os benefícios e eventuais custos da geração distribuída, não apenas pela ótica do setor elétrico, mas, sobretudo, pela visão da sociedade brasileira como um todo”, explicou, afirmando que, enquanto não forem feitos estudos transversais que sejam discutidos de forma ampla, democrática e inclusiva com a sociedade, qualquer alteração ao modelo de compensação atual seria precipitada.
Na sua visão, a geração distribuída traz empoderamento e mais liberdade ao consumidor, democratizando o acesso às energias renováveis, através de novos modelos de negócio que podem levar a energia solar aos brasileiros em todas as regiões. “Nove em cada dez brasileiros quer gerar sua própria energia em casa, segundo dados recentes de pesquisa de opinião do Ibope Inteligência, de 2018”, afirmou Koloszuk. Para ele, o cidadão deve estar no centro da regulação do setor e de suas decisões, devendo ser consultado ao longo do processo de revisão realizado pela Aneel.
Barbara Rubim, vice-presidente de geração distribuída da Absolar, destacou a importância do evento para o debate acerca do futuro energético nacional: “Este encontro abre espaço para um diálogo construtivo e produtivo entre o regulador e o setor solar fotovoltaico brasileiro”, acrescentou.