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O candidato a vice-presidente na chapa com João Amoedo (NOVO), o doutor em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP) Christian Lohbauer disse que vai escolher um nome com perfil técnico e com conhecimento do setor para o Ministério de Minas e Energia, uma pessoa que já tenha uma trajetória no setor privado e que seja apoiada por uma parte relevante do setor energético.
“Hoje, essas pessoas até existem no governo, mas em geral não são ministros e ficam em posições de secretaria executiva ou diretorias de ministérios. O que queremos é que uma pessoa com esse perfil técnico e de operador executivo seja o ministro de Minas e Energia”, disse Lohbauer, que aceitou responder às perguntas da Agência CanalEnergia sobre as propostas do Novo para o setor elétrico, caso o candidato do partido seja escolhido para governar o país nos próximos quatro anos. A Agência CanalEnergia convidou para uma série de entrevistas as principais candidaturas, que serão publicadas na sequência de atendimento da demanda.
Em sua opinião, o caminho para reduzir as tarifas no país passa por resgatar a lógica econômica de um setor “viciado em governo”, dar poder para as pessoas escolherem seus fornecedores de energia e promover a competição entre as empresas. “Vamos desarmar bombas tarifárias criadas para proteger estatais ineficientes e cortar privilégios de todo tipo, dando um choque de mercado e inovação no setor de energia. As pessoas precisam também saber o que estão pagando em suas contas. É necessário mais transparência. O consumidor paga imposto sobre imposto. Paga pelo furto tolerado da energia. Paga salários incompatíveis com o mercado. Paga por lucros sem riscos em empresas. Isso tem que acabar.”
Lohbauer garantiu que a privatização da Eletrobras será retomada. Disse que a empresa é altamente ineficiente e sofre de um “aparelhamento crônico nas diretorias e em posições de indicação partidária, o que dá um enorme prejuízo para o Brasil”.
Para solucionar o problema da judicialização, o cientista político diz que é preciso corrigir os erros que levaram a esse cenário, negociando quando possível e construindo alternativas quando necessário para retomar a normalidade do funcionamento do mercado. “Os governos interferiram muito no setor para proteger estatais, escolher os ‘campeões’ e até para tentar reduzir na marra o preço da energia. E isso foi feito abrindo a guarda para questionamentos na Justiça por parte de quem entendeu que teve seu direito afetado.”
PRAZO PARA LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Um dos grandes desafios do setor elétrico nos últimos anos são os longos prazos para o licenciamento de empreendimentos de geração e transmissão de energia elétrica. Lohbauer disse que no governo do Partido Novo os licenciamentos terão um prazo limite para serem aprovados. “As autoridades ambientais deverão aprovar ou negar uma licença em um prazo definido, caso esse prazo não seja respeitado, a obra deverá ser liberada. Não é razoável um país ficar anos, em alguns casos mais de 5 anos, esperando uma licença ambiental para começar uma obra de interesse nacional”, disse.
Segundo o eventual vice-presidente da República, cuidar o meio ambiente é uma atividade de governo. Para recuperar o rio São Francisco – que é a principal fonte de água para região Nordeste, mas que há anos sofre com uma grande seca -, ele defende a manutenção das nascentes e o tratamento dos efluentes. Promete garantir recursos para as atividades de recuperação do rio, inclusive com o que a União receberá com a privatização da Eletrobras. E tentar estabelecer estímulos e prêmios que tragam o dinamismo privado para reflorestar, despoluir e usar de forma eficiente as águas do rio.