fechados por mês
eventos do CanalEnergia
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Um dos mais conhecidos cartões postais de Fortaleza, a orla da praia de Iracema deverá ganhar um novo ponto a chamar a atenção de quem passa pela região. A cidade está desenvolvendo um projeto de instalação de microgeração eólica para fornecer energia para a iluminação pública nessa parte da cidade. A estimativa é que em cerca de oito meses os aerogeradores de 37 metros de altura já estejam operando. O local dessa implantação ainda não está definido. Há três possibilidades, duas na própria orla e uma na Praia da Leste.
A ideia inicial com o projeto é de zerar a conta de luz da cidade nessa região ao gerar energia eólica e usar o excedente que eventualmente houver para abater em outras instalações da prefeitura. Serão três aerogeradores da Weg com 100 kW de capacidade instalada que deverão produzir, segundo cálculos da Windservice Brasil (WSB), que é a empresa que desenvolveu o projeto, 284 MWh/ano, tomando como base a medição dos ventos na região.
De acordo com o CEO da WSB, Alexandre Almeida, os ventos médios ali estão em 6,4 metros por segundo com variações de 1,6 metros por segundo e com perda de eficiência de 18% por conta da sazonalidade. “Esse volume é a média, mas dependendo do vento pode gerar mais energia do que prevemos, pois para calcular o payback estimamos os valores mais conservadores. O retorno do investimento que deverá ser de R$ 5,2 milhões é de cerca de sete ano anos, os equipamentos são da prefeitura e a vida útil é de cerca de 25 anos”, relatou ele.
O projeto inicial previa a instalação de nove aerogeradores, mas segundo Almeida, esse volume estava superdimensionado para a necessidade da orla. Além disso, uma outra ação da municipalidade vai ser no sentido de trocar as lâmpadas de hidrogênio por outras com a tecnologia e LED e assim consumir menos. Por isso, explicou ele, houve a redução do número de aerogeradores. O consumo estimado da orla é de 827 MWh/ano.
À noite o fornecimento de energia se dará por meio desses equipamentos e se a demanda estiver mais elevada ainda há os créditos que serão gerados junto à concessionária local, a Enel Ceará, pois a geração de energia injetada na rede de distribuição também ocorrerá durante o dia.
Esse, comentou o CEO da WSB, é apenas um dos mais de 250 projetos que a empresa criada por ele, já mapeou em grande parte da região Nordeste. Almeida, destacou que até o momento são 30 MW em capacidade instalada de potencial por meio da micro e mini geração distribuída eólica em municípios que são elegíveis a terem financiamento bancário por se tratarem de bons pagadores.
Hoje, a empresa que nasceu em 2009, tem parceria com a brasileira Weg. Mas nem sempre foi assim, ele começou as pesquisas pessoalmente em torno da fonte eólica por seu histórico em trabalhar nesse segmento do setor elétrico. Depois de desenvolver esse mapeamento, contou ele, ouviu de potenciais parceiros de outros países que não havia interesse por conta da situação econômica e política do país. Como o banco de dados estava formado, o empreendedor foi atrás de outro parceiro até chegar à empresa brasileira.
Atualmente, contou ele, há uns três ou quatro projetos em andamento, inclusive de maior porte ante o que está em desenvolvimento no Ceará, e com foco diverso como o de eficiência energética e de fornecimento do insumo para atender a demanda industrial de um polo no Rio Grande do Norte.