A agência de classificação de risco S&P Global Ratings anunciou que os ratings atribuídos à Eletrobras não serão imediatamente afetados pelo anúncio da empresa sobre a venda das participações minoritárias em vários projetos de geração de energia eólica e de linhas de transmissão.
A conclusão das transações está sujeita a condições precedentes, incluindo aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade, pela Agência Nacional de Energia Elétrica e pelos credores dos projetos. Além disso, os atuais acionistas majoritários das propostas têm direitos de primeira recusa sobre os ativos.
Nos próximos trimestres, a estatal deve receber perto de R$ 1,3 bilhão para os 11 lotes formados por 22 projetos, para os quais recebeu propostas de um total de 18 lotes (compostos de 71 projetos) ofertados em um leilão público ocorrido em 27 de setembro de 2018.
A empresa espera usar os recursos para reduzir dívida. No entanto, com base no tamanho relativamente pequeno dos projetos vendidos em relação ao seu endividamento, que é superior a R$ 44 bilhões, as vendas não irão afetar o perfil de risco financiamento do grupo, que atualmente é avaliado pela S&P como altamente alavancado.
Caso a operação seja concluída, a agência estima que as métricas de crédito da companhia sigam estáveis, com um índice de dívida ajustada sobre EBITDA acima de 6,0x e de geração interna de caixa (funds from operations – FFO) sobre dívida de cerca de 4,0% em 2018 e 2019. Ainda assim, a S&P entende como positiva a estratégia da empresa em focar nos seus principais ativos sobre os quais exerce controle nos segmentos de geração e transmissão de energia, a fim de melhorar a eficiência em geral do grupo.
Segundo a agência, os ratings da Eletrobras seguem refletindo o relacionamento estreito da empresa com seu acionista controlador, a federação brasileira, bem com os incentivos, a capacidade e as ferramentas deste para dar suporte à estatal.