Uma parceria firmada entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e a a Agência Nacional de Energia Elétrica vai permitir a construção de um laboratório de Alta Potência em Itajubá, Minas Gerais, com recursos do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento do setor elétrico. A instalação é parte de um complexo de quatro laboratórios do Senai e será financiada dentro de um projeto de P&D, até o limite de R$ 152,7 milhões. O investimento total previsto para o conjunto de infraestruturas do Instituto Senai de Inovação em Sistemas Elétricos é de R$ 425 milhões.
Além do laboratório de Alta Potência, serão instalados os laboratórios de Alta Tensão, de Elevação de Temperatura e de Ensaios Mecânicos. Eles formarão o maior complexo da América Latina e um dos sete maiores do mundo em pesquisa e desenvolvimento de novos equipamentos e sistemas para o setor, e irão ocupar uma área total de 217 mil m² e 80 mil m de área útil.
O projeto que vai usar recursos do Programa de P&D da Aneel foi lançado oficialmente em 26 de setembro, na sede da Confederação Nacional da Indústria, em cerimônia com a presença do diretor-geral da agência, André Pepitone, dos presidentes da CNI, Robson Andrade, e da Cemig, Bernardo Alvarenga, e do diretor-geral do Senai, Rafael Luchesi. Pepitone destacou na ocasião que dos R$ 152 milhões destinados ao Laboratório de Alta Potência, R$ 76 milhões vão retornar em 16 anos para o consumidor, por meio da redução de conta de energia elétrica.
O diretor da agência reguladora acredita que o projeto vai permitir o avanço da pesquisa básica e da pesquisa aplicada, com o desenvolvimento de produtos e equipamentos e a realização de testes com diferentes tipos de materiais e de tecnologias.
O laboratório vai realizar ensaios em equipamentos que são executados atualmente em poucos laboratórios do tipo existentes no mundo. Esses ensaios poderão ser feitos, por exemplo, em equipamentos de manobra e controle (interrupção em disjuntores, chaves seccionadoras, religadores, fusíveis, etc), de proteção e controle, de condução, de transformação e de medição. “Esse investimento é muito importante para o setor elétrico brasileiro e para as indústrias do Brasil. A Aneel entendeu que esse laboratório tem um papel importante na inovação, nos projetos de P&D do setor elétrico”, disse Andrade, da CNI.
Inovação
De acordo com o Senai, a proposta do instituto de inovação de Itajubá é atender fornecedores de equipamentos da cadeia elétrica nos segmentos de geração, transmissão e distribuição, mas também outros segmentos industriais como o naval, de óleo e gás, têxtil e de materiais para construção civil, entre outros. O Instituto terá capacidade técnica para ensaios de classe de tensão de até 550kV, ensaios de alta potência até 1500MVA e elevação de temperatura com até 25.000A.
A iniciativa envolve a Universidade Federal de Itajubá e tem o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social; do governo estadual, por meio da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e da Cemig.
As obras começaram em janeiro de 2015, com terraplenagem e o asfaltamento, e chegam agora à segunda etapa com a conclusão de uma subestação de energia de 138 kV. A próxima fase será a construção dos prédios que vão abrigar os equipamentos. A expectativa é de que o complexo seja concluído em 2021. O projeto integra uma rede nacional de 26 Institutos do Senai, dos quais 24 já estão em operação com 290 projetos de pesquisa aplicada.