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As pressões cada vez maiores por um mundo menos carbonizado e mais renovável tem sido um dos pilares para a expansão de fontes como a eólica, solar e até mesmo a hídrica. Um estudo elaborado pela consultoria KPMG intitulado “Novos impulsionadores da transição de energia renovável” (New drivers of the renewable energy transition, em inglês), que analisou o impacto do aumento da demanda por recursos renováveis em todo o mundo. E essa pressão é uma tendência global, com o Brasil fazendo parte desse contexto.
De acordo com a sócia da área de energia da KPMG no Brasil, Franceli Jodas, são três as frentes de pressão. A primeira são os preços notadamente decrescentes nos custos globais dessas fontes. Outro viés é a pressão dos investidores nas empresas que são impulsionadas pelo reconhecimento de que fatores ambientais, sociais e de governança desempenham um papel fundamental na determinação de risco e retorno dos negócios. Além disso, outro pilar está na atuação dos consumidores de produtos que essas empresas produzem e que exercem uma pressão para que se adote medidas mais sustentáveis e a energia está entre os caminhos para se chegue a esse objetivo.
“O setor energético está globalmente passando por uma transição por conta de aquecimento global mas está muito enraizado e pressionado pelas agendas governamentais”, comentou a executiva à Agência CanalEnergia. “A tecnologia vem ajudando a reduzir o custo dessas fontes cada vez mais, está fazendo seu papel, proporcionando a agenda renovável, mas vimos recentemente uma guinada à direita, mais conservadora em termos de políticas o que gera certa dúvida sobre o interesse em avançar nessa plataforma e as agendas perderam força no âmbito desses governos, mas continuam nas empresas por conta dessas pressões”, apontou Franceli.
Um dos fatores que vem influenciando nessa adoção de uma agenda mais sustentável deriva dos compromissos com os Princípios das Nações Unidas para o Investimento Responsável e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU da reunião da COP 22 de Paris. Ela cita que das 100 maiores empresas da lista da Fortune, 60% possui uma estratégia de comprometimento com o consumo de renováveis. “As empresas notaram que não adianta apenas falar que estão preocupadas com a sustentabilidade, tem que provar por meio de ações que tomam medidas nesse sentido”, completou ela.
O estudo tem abrangência global, e dentre os dados coletados pela KPMG foi identificado que as fontes eólica e solar são as que mais atraem os investidores globalmente. São projetos de grande escala para companhias seja de comércio quanto serviços usando o grid já existente ou ainda por meio da geração distribuída.
O Brasil entra nesse contexto de forma meio atrasada em relação a outros países do mundo, mas ainda assim, segundo o grupo que participou da pesquisa, atrai o interesse de 33% dos respondentes, atrás apenas da China que está em primeiro lugar com 35%, em termos de Brics. Quando o escopo é ampliado, a Europa, região da Asia-Pacífico estão à frente da América Latina. Mas, relatou, o interesse para renováveis no Brasil está mais elevado quando comparado, por exemplo, aos Estados Unidos, um dos países onde se identificou essa guinada ao conservadorismo.
Na América Latina ainda surge uma outra fonte, a hídrica, mesmo no Brasil, de atração aos investidores. Isso porque é necessário uma geração mais estável para compensar a variabilidade que as duas anteriores podem apresentar. Nesse sentido, o Brasil ainda que pesem as dificuldades ambientais é destaque à frente de Colômbia, Chile e Argentina. O conteúdo do estudo pode ser acessado clicando aqui.