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A GE deu continuidade à expansão de sua plataforma de serviços ao lançar oficialmente sua atuação em turbinas aeroderivadas. O plano é de investir cerca de US$ 200 milhões nos próximos três anos, incluindo aporte para aumentar a capacidade de atendimento no centro de serviços. Esses equipamentos são utilizados como geradores de partida rápida e de alta capacidade, são as mesmas turbinas de aviões a jato, mas que terminam em um gerador, aplicados em larga escala na indústria.
Outro mercado que a multinacional aponta como de relevância para esse negócio é a expansão das renováveis em todo o mundo, o que acaba aumentando a necessidade por soluções que atendam a demanda e proporcionem estabilidade na rede quando preciso.
De acordo com o gerente geral da GE Power Services para serviços em turbinas aeroderivadas a gás, Martin O’Neill, há uma grande oportunidade para o crescimento do parque dessas turbinas em todo o mundo já que a tendência global é de que as novas capacidades de geração deem-se por meio das renováveis que naturalmente variáveis e que por consequência necessitam de backup para a estabilidade da rede. Nesse caso, contou ele, a combinação do equipamento com baterias pode dar a resposta para a demanda em função da característica complementar e flexibilidade de operação que os equipamentos têm entre si.
A empresa utiliza diversos dados para basear o seu otimismo com o novo negócio. Entre eles o fato de que a indústria global de turbinas a gás aeroderivadas deverá crescer a uma taxa anual de quase 5% entre 2016 e 2020, e, provavelmente, se tornarão a principal tecnologia para fornecer serviços de balanceamento de energia, segundo um estudo de 2016 da Technavio. E ainda aponta que até 2026 61% das novas plantas de geração serão de renováveis, enquanto o gás responderá por 21%, carvão por 11% e nuclear 4%.
Por esse motivo, apontou ele, a tecnologia aeroderivada está bem posicionada no mercado com perspectivas competitivas únicas. Ele citou entre características para essa visão a questão da eficiência no consumo de combustível, baixa emissão de gases, a rampa de aceleração curta e possibilidade de iniciar operação várias vezes no dia e os já citados serviços ancilares.
Lance Herrington, líder global de vendas para essa divisão na GE, explicou que o sistema de baterias pode suprir uma necessidade quase imediata quando se tem essa variação na rede até que o gerador movido pela turbina aeroderivada possa ser carregada e então assumir a função em decorrência da variação proporcionada pelas renováveis. O tempo para a saída da bateria e a entrada da turbina é de cerca de 5 minutos para alcançar até 50 MW.
“Com os serviços vemos a oportunidade de proporcionar mais eficiência na queima do combustível e produzir mais energia, o que significa economia para o nossos cliente”, destacou o executivo.
Essa nova atuação da GE é uma extensão do serviço chamado de Cross Fleet, para repotenciação de equipamentos já estejam ineficientes, velhos ou obsoletos, anunciado em maio, na Suíça e que teve origem na compra da divisão de energia da Alstom, em novembro de 2015. No anúncio do primeiro semestre o foco estava em turbinas de mais alta capacidade e que tem como característica gerar energia de base. Nesse caso agora a empresa norte-americana passa a trabalhar em equipamentos de partida rápida. Em ambas a empresa indica que atende não somente os seus equipamentos, mas também de concorrentes. Se nas turbinas de base o foco está em turbinas da Siemens e Mitsubishi, agora ampliou o escopo de marcas. Além das anteriores, entraram na lista equipamentos da Rolls Royce, Pratt & Whitney e Westinhouse.
Centro de serviços
Assim como ocorrido em maio, a GE reuniu a imprensa global para anunciar a novidade já com pedidos em carteira, nesse caso é de US$ 15 milhões. Mas a perspectiva é de que o crescimento seja significativo tomando como partida a base instalada dessa modalidade de equipamentos no mundo. Somente da GE são cerca de 2,7 mil unidades que somam 60 GW de capacidade instalada em 65 países. Nesse contexto, o Brasil é o terceiro maior mercado em número de turbinas aeroderivadas com 81 unidades, fica atrás apenas dos Estados Unidos e Canadá, com cerca de 630 e 180 unidades, respectivamente. Metade do volume instalado no país está na Petrobras com 44 unidades para geração de energia nas plataformas de petróleo.
Para o país, o centro de atendimento fica na cidade de Petrópolis (RJ) onde é feito o serviços para aviação. Aliás, Joe Hart, Líder da área de reparos dessa unidade de negócios da GE Power Services, lembrou que o segmento de aviação está muito próximo deste novo segmento de atuação, até porque, comentou, é basicamente o mesmo motor. São cerca de 25 mil turbinas que são utilizadas em todo o mundo para o setor de transporte aéreo que estão em operação atualmente.
Com o novo nicho de negócios a empresa também investirá na expansão do centro de serviços. Apesar de ter outros centros como o da região serrana do Rio de Janeiro, localizados na Europa e outros países, o de Houston é o maior de todos e pode ter facilmente sua capacidade de atendimento ampliada. Hart comentou que medidas como a alteração do layout nos prédios que ocupa e a contratação de mão de obra podem ajudar a aumentar em algo próximo a 15% a operação em um curto espaço de tempo. A empresa, comentou ele, também já pensa na aquisição de mais equipamentos para elevar essa capacidade de atendimento.
“Esta não é a sede do negócio, mas é o principal centro com cerca de 800 pessoas que trabalham em engenharia, produção e nos escritórios”, acrescentou o executivo.
No ano passado, o Centro de Serviços visitado pela reportagem da Agência CanalEnergia, registrou mais de 340 mil horas-pessoa para revisões de motores, atualizações de módulos e reparos para mais de 470 operadores de plantas em mais de 60 países. Com a expansão anunciada, o site aumentará o fluxo da fábrica e instalações adicionando aproximadamente 40 empregos, investindo em recursos e processos digitais e atenderá mais que os atuais 500 mecanismos e módulos por ano, um volume maior do que qualquer outro centro de reparos da empresa.
*O repórter viajou a convite da GE