O consumo de gás natural na indústria brasileira em agosto ultrapassou o patamar de 30 milhões metros cúbicos/dia pela primeira vez em 38 meses. A informação consta na última atualização do levantamento estatístico da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado – Abegás, realizado com concessionárias em 20 estados.

De acordo com os dados coletados, o segmento industrial consumiu em agosto 30,3 milhões de metros cúbicos/dia ante 30 milhões de metros cúbicos/dia em abril de 2015. O consumo industrial teve crescimento em todos os indicadores: na comparação com julho deste ano, a alta é de 3,5%; no acumulado do ano, o número evoluiu 4,6% em relação à média dos oito meses iniciais do ano passado. Em comparação com os números de agosto de 2017, o avanço é de 7%.

O presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon, comentou sobre o volume histórico “É o maior volume de consumo da indústria registrado pela Abegás em sua série, desde 1998”. Para ele o aumentado é explicado pela gradual retomada da economia após anos de recessão, além do fato de a indústria cada vez mais apostar nesta fonte “limpa, eficiente e mais segura do ponto de vista logístico”.

Para Salomon, o gás natural é estratégico para o Brasil retomar o crescimento, reforçar a segurança energética do país e cumprir as metas ambientais da COP21. “É salutar a Tomada Pública de Contribuições lançada pela ANP. Essa iniciativa conta com o nosso apoio e será fundamental para a expansão da infraestrutura do Brasil”, destacou o presidente executivo da Abegás.

Segundo a Associação, caso sejam adotadas medidas que aumentem a concorrência e a competitividade, como o acesso a gasodutos de escoamento, a unidades de tratamento de gás natural e a terminais de regaseificação, entre outras, o setor pode atrair US$ 32 bilhões em investimentos e gerar até 20 mil empregos por ano.

A alta do consumo de Gás Natural Veicular é um dos destaques desta edição do levantamento. O uso do GNV teve uma elevação de 16,1% em relação a agosto do ano passado e de 11,8% no acumulado do ano. Na comparação com julho, a evolução foi de 3,5%.

“Esse resultado confirma nossas expectativas de que greve dos caminhoneiros aguçou a percepção do consumidor sobre as vantagens do GNV. Afinal, quem tinha carro movido a GNV continuou abastecendo normalmente”, comentou o executivo, completando que esse fator, aliado à competitividade do gás aumentou o número de conversões. A projeção é de que o consumo, ao final do ano, cresça 12% em relação aos números de 2017.

Nas residências, o consumo se manteve estável em relação ao ano passado. O segmento comercial continua apresentando recuperação e teve um consumo comercial 6,6% maior que em 2017. A evolução do acumulado é de 8,3%, e no comparativo com julho, com queda de 6,3%.

Na geração elétrica, o consumo teve uma retração de 20% em relação a 2017 e crescimento de 8% no acumulado do ano. Na comparação com julho, o recuo é de 8,4%. Na cogeração, o segmento acompanha o desempenho do industrial, com crescimento de 5,5 % na comparação com 2017 e de 10,4% no acumulado até agosto de 2018. Na relação com julho, o aumento foi de 7,2%.

Quanto as regiões, os destaques foram para salto de 92,5% no segmento comercial do Norte e expansão no consumo residencial no Centro-Oeste, e de 31,8% no consumo de GNV na região Sul, todos na comparação com o mês anterior.