O grupo Equatorial assumiu oficialmente a concessão da Companhia Energética do Piauí com o desafio de reverter índices de qualidade que posicionam a empresa entre as piores distribuidoras do Brasil. Com o desafio de recuperar esses indicadores, o novo presidente da empresa, Nonato de Castro, lembra que ninguém faz milagre, mas afirma não ter dúvidas de que em três ou quatro anos a Cepisa vai estar também entre as melhores concessionarias do país.
“Esse modelo de gestão Equatorial com certeza vai ter o mesmo sucesso que tivemos nas outras empresas”, prevê o executivo, que deixou a presidência da Companhia Energética da Pará para assumir a direção da nova companhia do grupo. A Equatorial Energia também controla a Companhia Energética do Maranhão, que, como a Celpa, já foi considerada a pior distribuidora do país, lembra Nonato.
Última aquisição do grupo, a Cepisa foi arrematada em leilão no dia 26 de julho. O contrato de concessão foi assinado no Ministério de Minas e Energia na última quinta-feira, 18 de outubro.
O novo controlador assume a empresa com uma dívida de mais de R$ 2,5 bilhões e deve fechar o ano com prejuízo de mais de R$ 370 milhões e um Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo de mais de R$ 160 milhões, diz o executivo. Segundo Castro, há problemas de gestão e uma equipe de trabalhadores desmotivada.
“É um grande desafio, mas a gente acredita que vai fazer [as correções necessárias], porque o nosso modelo de gestão não é discurso. Nós já temos história de sucesso”, afirma, lembrando os casos da Cemar, que era a pior empresa na época, e da Celpa, que tinha uma dívida de R$ 3,2 bilhões e ocupava a última posição no ranking dos indicadores da Agência Nacional de Energia Elétrica.
Castro afirma que o modelo de gestão da companhia exige comprometimento, envolvimento, vontade e senso de urgência dos trabalhadores. “Nem todo mundo se adapta, nem todo mundo quer. Mas é isso que ajuda a transformar e a dar velocidade à transformação”, acredita o novo presidente da Cepisa. Ele garante que no primeiro ano já vai ser possível perceber mudanças na empresa, que terá como foco o cliente.
Amazonas
Dona de três concessionárias de distribuição em estados vizinhos, a Equatorial é apontada como eventual candidata a adquirir o controle da Amazonas Distribuidora. O próprio ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, brincou com a possibilidade de que o grupo entre na disputa pela empresa, que será leiloada no próximo dia 25. “Pelo que eu vi hoje, saio até animado, porque quem está no Piauí, quem está no Maranhão, que está no Pará, porque não estar no Amazonas? É tudo tão perto. E o sotaque é mais ou menos o mesmo”, disse Moreira, durante a cerimonia de assinatura do contrato da Cepisa.
Castro reconhece que há interesse na Amazonas e diz a participação no certame está em análise internamente. Ele observa, porém, que há questões a serem resolvidas na distribuidora amazonense, quem tem endividamento elevado, e que sem as medidas previstas no projeto de lei que equacionaria essas questões, a situação da Amazonas fica mais complicada. O PLC 77 foi rejeitado essa semana pelo Senado.