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O presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia Elétrica (Abrace), Edvaldo Santana, consegue ver um lado positivo na rejeição do PLC 77, conhecido como o PL das distribuidoras, cujos objetivos eram aumentar a atratividade das distribuidoras do grupo Eletrobras e, de quebra, solucionar um passivo de R$ 9 bilhões que está judicializado mercado de curto prazo por conta da disputa do risco hidrológico (GSF).

Segundo Santana, o PL repassaria uma conta bilionária aos consumidores de energia de todo o país. “Esse projeto de lei que não foi aprovado repassava para nós consumidores, e não para os da Amazonas Energia, uma conta de R$ 13 bilhões”, disse o executivo em entrevista concedida em Curitiba, durante o evento da Electra Energy.  “De uma maneira geral, é um alívio para os consumidores de energia”, completou.

A Eletrobras já privatizou a Celg (Goiás), a Cepisa (Piauí), a Ceron (Rondônia), a Boa Vista Energia (Roraima) e a Eletroacre (Acre), restando apenas reunir as condições necessárias para vender a Amazonas Energia (AM) e a Ceal (Alagoas). Esta aguarda um acordo entre o Governo do Alagoas e à União. Por hora, a venda está impedida por uma liminar. A Amazonas, porém, deixa de ter atratividade econômica sem a transferência dos passivos.

Na última terça-feira, 24 de outubro, o BNDES comunicou o mercado sobre o adiamento do leilão da Amazonas Energia, que estava previsto para ocorrer na próxima quinta-feira, 25. O certame foi remarcado para 27 de novembro. Na opinião de Santana, o leilão não deverá acontecer sem antes ter uma solução para esse passivo. Caso a empresa não seja transferida para um novo controlador, o caminho natural será a liquidação da companhia, ou seja, a extinção da empresa com a Eletrobras assumindo todos os passivos em seu balanço financeiro.

*Repórter viajou a convite da Electra Energy