A concessionária de distribuição Enel Ceará obteve queda de 28,3% no lucro líquido dos três primeiros trimestres de 2018 quando comparado ao resultado de 2017. Passou de ganhos de R$ 328,5 milhões para R$ 235,7 milhões. O resultado ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) seguiu a mesma tendência e recuou 16,2%, para R$ 497,2 milhões.
A queda do resultado operacional, explicou a empresa, deve-se ao aumento nas perdas de energia, de maiores custos de serviços com o incremento das atividades de manutenção, de custos adicionais com a implementação de um programa de redução de perdas lançado este ano, assim como reforço das iniciativas para arrecadação das faturas de energia. As perdas a que se refere aumentaram em 1,1 ponto porcentual ante o fechamento do terceiro trimestre de 2017 com 14,43%, resultado da desaceleração da economia e ao aumento do furto de energia.
A receita da concessionária cearense aumentou 10,4% no período, para R$ 5,45 bilhões, devido em grande parte ao reajuste tarifário aprovado pela agência reguladora em abril de 2017, cujo índice foi de 0,15%, a média do reajuste tarifário aprovado em abril de 2018, de 4,96%, assim como a uma maior contabilização de créditos regulatórios resultados de um maior custo de compra de energia nos nove meses deste ano, bem como, um aumento de 1,5% na venda e transporte de energia no mercado regulado.
A venda e transporte de energia aumentaram 2,4% devido a maior base de clientes, com volumes de energia vendida no mercado livre crescendo 7% e no mercado regulado em 1,5%. Foram distribuídos 8.663 GWh e os clientes somaram 4,1 milhões de unidades,3% a mais que um ano atrás.
Os indicadores de qualidade apresentaram sinais opostos, enquanto o DEC aumentou 1%, para 9,39 horas, o FEC recuou 8,5%, para 5,41 vezes em comparação ao fechamento de setembro de 2017.
Os investimentos da Enel no Ceará aumentaram 45,2%, para R$ 686,4 milhões, recursos utilizados para conexão de novos clientes e para modernização e digitalização da rede de distribuição. Enquanto isso, a dívida líquida aumentou 68,1%, para R$ 1,6 bilhão, resultado de menor geração de caixa, devido a maiores investimentos e custos operacionais, sendo parcialmente compensado por menor taxa de juros.