Statkraft prepara ofensiva nos próximos leilões da Aneel
Empresa norueguesa adotou nova estratégia e quer crescer em mercados chave no setor de renováveis, entre eles o Brasil tem destaque como um dos mais atrativos
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A aquisição de oito PCHs da EDP pela subsidiária local da Statkraft, companhia norueguesa de geração de energia por fontes renováveis, anunciado na semana passada foi uma das primeiras ações da companhia no sentido de atender a sua nova estratégia que é de crescer em capacidade instalada em alguns mercados chave, entre eles o Brasil. Se o negócio for aprovado pelos órgãos competentes, a empresa aumenta seu portfolio em cerca de 30% de uma vez só. E a promessa é de continuar a expansão e obter uma participação relevante no setor elétrico local por meio de aquisições e novos projetos.
O acordo anunciado recentemente envolve a aquisição de um cluster de oito usinas operacionais no Espírito Santo, que somam 131,9 MW e R$ 704 milhões. Com isso, a empresa aumentou sua capacidade instalada de 316 MW para cerca de 450 MW. E a companhia, afirmou o seu presidente, Fernando de Lapuerta, está de olho nas fontes eólica e solar, sem desconsiderar também a hídrica.
“Nosso objetivo é termos uma participação ainda mais relevante no mercado de energia renovável, alavancando a expertise global da Statkraft em desenvolvimento, geração e comercialização de energia”, disse o executivo. “Esse é o resultado da nossa nova estratégia global lançada em meados deste ano que é o de crescer e aumentar nossa participação. Hoje somos pequenos ainda, mas a nossa perspectiva é de crescer nos próximos anos”, acrescentou ele.
O executivo não revela quais são as metas de crescimento que a empresa possui em seu planejamento. Esses dados, continuou ele, são fechados e estratégicos para a companhia. Contudo, revela que a tendência daqui para frente é de que a Statkraft do Brasil atue com mais apetite nos leilões de energia nova futuros. “Até agora havíamos cadastrado projetos nos leilões. Eu realmente diria que agora nossa presença será mais relevante nas disputas”, descreveu.
No foco para esses projetos estão as fontes solar e eólica. Para adotar essa postura a empresa já vem desenvolvendo projetos próprios para quando esses eventos serem realizados poderem ser competitivos, haja visto o nível de disputa que foi verificado nos últimos certames. A fonte hidrelétrica também é apontada como uma frente de atuação para a companhia, mesmo com novos projetos.
Lapuerta destacou que assim como verificado nos últimos certames, uma estratégia que é viável diante da realidade nacional é de fazer um balanço entre a venda de garantia física de projetos ao mercado regulado e ao mercado livre, assim como outros investidores já fizeram em oportunidades recentes. “Nossa visão é de que poderia ser uma combinação entre os dois ambientes, pois ambos os perfis de contratos são importantes para viabilizar os projetos.
Ele ressaltou que não há uma preferência por ambiente de venda de energia nem o volume anual que a empresa pretende viabilizar. “Depende da oportunidade e da rentabilidade dos ativos. Isso envolve a engenharia financeira de cada um dos ativos combinado com questões comerciais, negociações com fornecedores de equipamentos. Cada um tem uma fórmula específica para se tornar viável. Confiamos em nosso know how mundial como operador de fontes renováveis”, desconversou.
O presidente da Statkrat Brasil contou à Agência CanalEnergia que os recursos para essa nova fase da empresa por aqui não tem uma fonte única. Ele apontou o BNDES como uma das mais competitivas ainda para os projetos greenfield, mas lembrou que, aos poucos, a participação de outras fontes de financiamento deverão tornar-se tão atrativas quanto, entre elas em bancos de fomento à infraestrutura ou em instituições internacionais. E nesse sentido, ter como controlador uma empresa forte em âmbito global traz uma vantagem competitiva para viabilizar projetos em terras brasileiras.
Questionado sobre o porquê de investir em energia hidrelétrica diante de um cenário que há anos vem sendo pressionado pelo GSF, o executivo avaliou que é justamente nesse momento de instabilidades que se consegue obter oportunidades interessantes de novos negócios, uma vez que a meta da empresa é de ser operadora a longo prazo. “Instabilidades de curto prazo não influenciam na tomada de decisões”, definiu ele também ao responder sobre as perspectivas de mercado no Brasil diante da proximidade de troca de governo que promete ser mais liberal quando comparado ao anterior. “Já atuamos em mercados que já são abertos em diferentes estágios e isso nos credencia a nos posicionar de forma competitiva”, finalizou Lapuerta.