O presidente do grupo Energisa, Ricardo Botelho, reiterou em conversa com jornalistas que a empresa não tem interesse em participar do leilão da Amazonas Distribuidora, previsto para 27 de novembro. “Nós estamos focados agora em cuidar dessas duas que a gente adquiriu. Para nós, já é um processo bastante intenso”, disse o executivo pouco antes da assinatura do contrato de concessão das Centrais Elétricas de Rondônia.
A Energisa arrematou a Ceron e a Companhia de Eletricidade do Acre no último dia 30 de agosto, em leilão realizado na bolsa B3, em São Paulo. O contrato da distribuidora de Rondônia foi assinado nesta terça-feira, 30 de outubro, em cerimônia na Agência Nacional de Energia Elétrica, e o da Eletroacre deve ser formalizado em dezembro. Até lá, a empresa continua em regime de operação temporária pela Eletrobras.
Botelho explicou que a opção por não disputar a Amazonas é uma questão de estratégia. Ele acredita que é possível equacionar a situação da Ceron e da Eletroacre aproveitando a sinergia do grupo, que controla outras oito distribuidoras nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte. “A Amazonas a gente não chegou a estudar. E já tínhamos definido lá atrás que não iríamos participar.”
Em discurso durante a solenidade, o executivo prometeu realizar investimentos de forma prudente, para recuperar as empresas. Ele lembrou que ao assinar o contrato estava assumindo o compromisso de atender mais 600 mil consumidores nos 52 municípios de Rondônia. Eles se somarão a 6,7 milhões de clientes do grupo, já incluída a base de consumidores da Eletroacre.
A cerimônia teve a presença do secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, que destacou o esforço do governo para privatizar as seis distribuidoras Eletrobras no Norte e no Nordeste. Felix lembrou que quatro delas já foram vendidas, embora a tarefa parecesse praticamente impossível.
O diretor-geral da Aneel, André Pepitone, classificou a assinatura do contrato com o novo concessionário como uma vitória do setor elétrico e do consumidor de Rondônia. Ele destacou que a empresa vai fazer esse ano um aporte de recursos na empresa de R$ 253,8 milhões, e isso significa investimento e geração de emprego. Pepitone disse ainda que o acesso à energia elétrica está praticamente universalizado no país, mas ainda é um desafio, no caso de Rondônia.
Em 26 de julho desse ano, o governo leiloou a Companhia de Eletricidade do Piauí. No mesmo leilão da Ceron e da Eletroacre, também foi vendida a Boa Vista Energia, que atende Roraima. A distribuidora ficou com o Consórcio Oliveira Atem, formado pelas empresas Oliveira Energia, que opera usinas termelétricas no Amazonas e em Roraima, e Atem, que trabalha na área de petróleo.