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O comissionamento do Complexo Solar Apodi, no Ceará, será iniciado na próxima semana dentro do prazo contratual, informaram as empresas Kroma Energia, Z2 Power, Pacto Energia, Scatec Solar e Equinor, responsáveis pelo empreendimento. O projeto foi viabilizado em 2015, no 8º Leilão de Energia de Reserva promovido pelo Governo Federal, com operação programada para novembro de 2018.
Os números do projeto solar impressionam. Em 10 meses, foram instalados 500 mil painéis fotovoltaicos fornecidos pela chinesa BYD, ocupando uma área equivalente a 500 campos de futebol. O parque solar possui 162 MW de capacidade, capaz de fornecer energia para 200 mil residências/mês. O projeto custou aproximadamente R$ 700 milhões e contou com financiamento do Banco do Nordeste da ordem de 65% do investimento.
“Esse é o primeiro investimento em energia solar da norueguesa Equinor no mundo”, destacou Rodrigo Mello, sócio da Kroma Energia. “Estamos concluindo o projeto na próxima semana”, completou o executivo. A Equinor é o novo nome da petroleira Statoil, que passou recentemente a apostar no mercado de energia renovável no Brasil por meio da joint venture formada com a também norueguesa Scatec Solar. Os demais sócios são brasileiros.
O projeto foi desenvolvido 100% pela Kroma e possui fator de capacidade de 29%. A entrada dos estrangeiros aconteceu após o leilão, que compraram 87,5% de participação no empreendimento. A energia produzida em Apodi será distribuída por uma linha em 230 kV localizada a 700 metros da subestação Quixeré, operada pela Chesf.
FUTURO
Com a pouca demanda dos leilões promovidos pelo Governo Federal, para 2019 as empresas estão apostando em projetos viabilizados por meio de contratos de venda de energia no mercado livre. “A expectativa é que a gente continue crescendo nos próximos dois anos com PPAs privados. Entendemos que ainda há uma necessidade de recuperação da economia no Brasil”, disse Marcelo Dias, diretor executivo da Scatec Solar no Brasil. O primeiro contrato privado já foi fechado: são 200 MW médios que precisarão ser entregues em 2021.
Para Dias, não há preocupação quanto a financiabilidade desse tipo de empreitada. Em 2018, o Banco do Nordeste destinou R$ 17 bilhões para o setor de infraestrutura e há informações de que parte desse recurso já foi direcionado para projetos de energia no mercado livre. “Isso é uma notícia que nos deixa tranquilo para enquadrar os nossos projetos no mercado livre”, disse.
“O futuro do mercado de geração de energia no Brasil será um mix entre contratos com empresas privadas e leilões promovidos pelo governo”, concordou Mello. Segundo o executivo, as empresas possuem 3 GW em projetos solares em desenvolvimento, desses 2 GW estão prontos para leilão.
(Nota da Redação: matéria alterada às 18:40 horas do dia 1º de novembro de 2018 para ajuste da proporção do financiamento do BNB)