A Engie Brasil Energia, geradora do grupo Engie, decidiu congelar a venda da UTE Pampa Sul até terminar a obra. Com isso, a empresa acredita que essa negociação que não prosperou no decorrer de 2018 possa ser realizada em 2019 ou, na mais conservadora das possibilidades, em 2020. A meta da empresa é poder entregar a usina ao comprador do ativo sem o risco de construção associado a todo projeto enquanto em obras.
“Tomamos a decisão de vender a usina quando estiver operacional. Assim mitigamos as incertezas que o futuro comprador pode ter e entregaremos o ativo mostrando a qualidade do ativo, muito melhor esperar uns meses a mais par terminarmos as obras para que assim possamos colocar a venda e o comprador possa ter a visualização da operação desse ativo”, comentou ele em teleconferência com analistas de mercado sobre os resultados da empresa no terceiro trimestre.
Ele lembrou que já houve interessados no ativo. E que a decisão atual foi para não haver a divisão de riscos de construção. “Eu diria que a venda, na mais conservadora das hipóteses, poderá ser concluída até 2020”, acrescentou o executivo.
A Engie negociava esse ativo e o complexo Jorge Lacerda junto à ContourGlobal com exclusividade. Na primeira quinzena de abril divulgou um comunicado onde indicava que essas tratativas não evoluíram satisfatoriamente e que decidiu à época avaliar as alternativas para a continuidade do processo de descarbonização do seu portfólio.
Essa estratégia da Engie é global e segundo dados da empresa, já foram vendidos mais de 15 bilhões de euros em ativos movidos a combustíveis fósseis no mundo nos últimos dois anos. Jorge Lacerda é um complexo com 857 MW de capacidade instalada localizado em Santa Catarina. Já a usina em construção é Pampa Sul com 345 MW de capacidade instalada, no Rio Grande do Sul. Ambas movidas a carvão.  Nesta última o contrato de fornecimento de energia está para ser iniciado em janeiro de 2019, mas a previsão da empresa é de operação a partir do segundo trimestre do ano que vem.