A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica lançou nesta segunda-feira, 5 de novembro, a 12ª edição da Semana Nacional de Segurança com Energia Elétrica no país. Essa é uma ação anual da entidade que busca enfatizar a necessidade de prevenir acidentes. Apesar da tendência de queda no longo prazo o indicador voltou a subir em 2017 com o registro de 863 acidentes registrados em todo o país. Contudo, desde 2006, quando começaram as campanhas, houve uma queda anual de 16% nos acidentes, totalizando uma média de 838 ocorrências por ano. Neste mesmo período, a média anual de mortes também caiu, 14%, totalizando 293 fatalidades.
De acordo com dados apresentados pelo presidente executivo da entidade, Nelson Fonseca Leite, dentre os maiores causadores de acidentes está a atividade de construções irregulares com 29% das mortes ocorridas no ano passado, depois vem o item ligações clandestinas com 11%. No total foram registradas 252 mortes na rede de distribuição do país em 2017, o segundo menor volume de ocorrências desde o ano de 2001, perdendo apenas para o ano de 2016 com 240 mortes.
“Essa tendência de queda é o resultado prático das campanhas que são realizadas. Mesmo com o aumento da rede de distribuição e da população estamos vendo uma queda nos números de ocorrências. O ideal seria zero acidente, mas a curva decrescente é positiva”, avaliou o executivo.
A campanha da Abradee tem cinco tipo de acidentes mais comuns na rede das associadas. Este ano estão englobados além dos dois primeiros itens questões relacionadas a poda de árvores, instalação ou conserto de antenas e pipas/papagaios que são empinados próximo à rede elétrica. No total as distribuidoras apontaram na pesquisa 14 diferentes tipos de ocorrências provocadas pelo contato das pessoas com a fiação elétrica. A estimativa da entidade é de fazer chegar a campanha a cerca de 120 milhões no país este ano.
Dados apresentados pela entidade indicam que a taxa de frequência e de gravidade vem caindo ao longo do tempo. No primeiro caso o indicador está 32% menor no acumulado de 2001 a 2017 e no segundo está 47% menor, ou seja, analisou Leite, “os acidentes estão ficando cada vez menos graves”. Em 2001, para uma população de 171,9 milhões de habitantes foram 381 mortes, já em 2017, para 207,7 milhões de habitantes com 252 ocorrências fatais, foram ‘evitadas’ 208 mortes se fosse mantida a proporção de vítimas do ano em que se iniciou a série histórica.
Em quase todo o Brasil a atividade de construção e reforma feito pela população notadamente mais carente é que sempre lidera o ranking de fatalidades. Segregado por região essa figura muda na região Norte onde as ligações clandestinas de energia é que estão à frente com mais mortes. No total, nos últimos nove anos foram registradas 1.355 perdas de vidas no país na rede de distribuição. Foram 191 no Norte, 382 no Nordeste, 538 no Sudeste, 140 no Sul e 104 no Centro Oeste.
A campanha deste ano tem como slogan ‘É aí que mora o perigo’ e terá entre outras ações, comunicação junto a pontos de venda de materiais de construção, canteiro de obras e ações em escolas para conscientização da população quanto aos perigos da rede de distribuição.