O setor de automóveis e autopeças registrou um incremento de apenas 0,68% no consumo de energia elétrica em setembro na comparação ao mesmo mês do ano passado. Acostumado a um crescimento histórico na base dos dois dígitos, trata-se do pior resultado do segmento identificado desde abril de 2017, quando teve queda de 1,15%. A informação consta na última atualização do Índice Comerc.
Para Cristopher Vlavianos, presidente da Comerc Energia, a estatística é bastante representativa, uma vez que se trata de um mercado que, entre setembro de 2017 e julho de 2018, registrou altas no consumo energético de dois dígitos, variando entre 12% e 22%. “O mês de agosto já tinha sido de menor consumo, tendo crescimento próximo dos 8%. Em setembro, ficou próximo da estabilidade, sendo este um resultado pior até mesmo do que o registrado em maio, durante a greve dos caminhoneiros”, explicou.
De acordo com o executivo, os números apontam para uma desaceleração do setor na montagem de novos veículos, dado que foi confirmado pela Anfavea, que registrou queda na produção de 6,3% no período, quando comparado a setembro de 2017. “Aparentemente, a alta produção nos demais meses do ano conseguiram suprir o mercado, que registrou aumento nas vendas de 7,1% em setembro”, comentou Vlavianos.
O mês de setembro registrou queda em praticamente todos os setores apurados pelo Índice. O pior decréscimo no consumo de energia foi registrado no segmento de Eletromecânica, que caiu de um crescimento de 5,05% em agosto para retração de 0,23% em setembro, em relação aos respectivos meses de 2017.
O único destaque positivo ficou por conta de Papel e Celulose, que dobrou o seu crescimento de 1,02% em agosto para 2,78% no mês passado, também se comparados aos respectivos períodos do ano passado.
Considerando todos os setores, o consumo de energia elétrica no Brasil em agosto foi praticamente estável, com alta de 0,44%. No acumulado do ano, entre janeiro e setembro, o incremento é de 0,84%, se comparado ao mesmo período de 2017.