A Copel GT, braço da concessionária estatal do Paraná focado em geração e transmissão de energia elétrica, vai desacelerar os investimentos em novos negócios em busca de reverter a trajetória crescente do endividamento da companhia, hoje em R$ 8,77 bilhões, equivalente a três vezes a geração de caixa.

Recentemente, a empresa vendeu energia da PCH Bela Vista (A-6/2018), arrematou no leilão de ativos da Eletrobras a SPE Uirapuru, também permutou projetos de transmissão que eram da Eletrosul. Além disso, conta com hidrelétricas e linhas de transmissão em construção.

“Nosso foco é geração de caixa, pois temos uma preocupação com o nível de dívida. Nossos investimentos e custos precisam estar adaptados a nossa capacidade financeira. Temos uma meta de redução da alavancagem bastante significativa para o ano que vem, portanto, não temos expectativa de entrar em novos investimentos”, disse nesta sexta-feira, 9 de novembro, o diretor financeiro da companhia, Adriano Rudek de Moura, em teleconferência com analistas de mercado para falar dos resultados do terceiro trimestre de 2018. ”

“Se pensarmos em termos de geração de transmissão, diria que o nosso principal foco será terminar as obras atuais para garantir que teremos essa geração de caixa adicional na linha de R$ 400 milhões para ao ano que vem, o que vai ajudar na redução da alavancagem”, completou o executivo.

Em 2018, a empresa captou R$ 3,5 bilhões no mercado para fazer frente aos investimentos. Há ainda a previsão do BNDES liberar R$ 813 milhões em empréstimos para os projetos de Cutia (eólica) e Baixo Iguaçu (hidrelétrica). Desde 2013, o endividamento da companhia vem crescendo a cifras de R$ 2 a 3 bilhões/ano.

Moura disse ainda que não tem novidades sobre o plano de desinvestimento da companhia. Disse que o negócio de telecomunicações se tornou atrativo e tem criado valor para a companhia. Enquanto não houver uma decisão sobre o destino do ativo de telecom, a ideia é continuar tornando o negócio atrativo.

O presidente da Copel, Joel Nazareno Iuk, também revelou na teleconferência que a companhia vai participar do leilão de geração A-1/A-2, previsto para 7 de dezembro. A ideia é vender energia da termelétrica Araucária. Ele garantiu que a usina tem contrato de gás natural garantido com a Petrobras, inclusive para gerar imediatamente caso o Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS) determine despacho fora da ordem de mérito.

O Ministério de Minas e Energia estabeleceu preço inicial para de R$ 170/MWh para a energia contratada no leilão A-1 e de R$ 162/MWh para os contratos do leilão A-2 de 2018. Os A-1 e o A-2 são destinados à contratação de energia de empreendimentos existentes na modalidade disponibilidade para usinas termelétricas a biomassa e a gás natural; e por quantidade para empreendimentos de fonte hídrica e usinas eólicas.