O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Reive Barros, defendeu o leilão de potência de reserva para a região Nordeste e revelou que ele deverá ser realizado no primeiro trimestre de 2019. De acordo com Barros, a visão da EPE que balizou o certame vai até 2027, em que aumenta consideravelmente a intermitência no sistema por conta das renováveis, o que traz a necessidade de mais inércia no sistema. “Estamos trazendo uma solução mais limpa, que traz segurança energética, dá solução próxima da carga e ainda aparecem argumentos contrários”, afirma.
O presidente da EPE de certa forma rebateu o diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Eduardo Barata, que na última semana pediu mais estudos sobre o tema. O leilão também vem sendo criticado por alguns agentes. Segundo Barros, os estudos da EPE apontaram para a necessidade de potência de 13.600 MW em térmicas a gás natural, que entrariam em lugar de outras movidas a óleo, que vencem em 2022 e 2026. Seu preço fica em torno de R$ 250/ MWh, baixo dos R$ 600/ MWh a 800/ MWh cobrados pelas usinas atualmente. Ainda segundo Barros, o leilão de potência será uma solução estrutural e não paliativa.
Segundo Barros, a hidrologia ruim e a o fim das usinas com reservatórios prejudicou que a potência seja atendida por UHEs. Sugestões da consulta poderão ser atendidas, como o tipo de ciclo, que foi definido pela EPE com aberto, mas que a associação setorial sugeriu que fosse fechado.
Ainda não houve nenhuma reunião com a equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro. Ele não acredita que haverá mudanças na estrutura do setor elétrico que afetem a EPE. “Virão novos atores, mas a estrutura será preservada”, acredita.