Com um potencial de médias hidrelétricas – de 50 a 1.000 MW – represado, a Empresa de Pesquisa Energética está articulando alternativas para o financiamento dos estudos dessas usinas. No workshop “Incentivos ao Desenvolvimento de Hidrelétricas no Brasil”, realizado na última segunda-feira, 12 de novembro, Reive Barros, presidente da EPE, disse que cada estudo de viabilidade técnica e econômica custa cerca de R$ 20 milhões e a intenção é 50 estudos sejam realizados, o que demandaria investimentos de R$1 bilhão. Ele quer que a EPE indique esses estudos para os empreendedores de modo que eles avancem e sejam inseridos no Plano decenal de Energia.
Quem pode ser um dos parceiros nessa empreitada é o BNDES. Em apresentação no workshop, Lidiane Gonçalves, da área de desestatização e estruturação de projetos do banco, lembrou que o BNDES pode auxiliar nesse tipo de estruturação e que a expertise do banco pode inclusive remodelar determinados processos, tornando a estruturação mais ágil. Caso um estudo não consiga ir a leilão, o poder concedente arcaria com o risco, já que assim ele teria cautela e racionalidade ao demandar os estudos.
Outra fonte de recurso que o presidente da EPE quer são os 3% advindos da Reserva Global de Reversão. Esse percentual deveria ser usado para estudos, mas vem sedo contingenciado pelo governo. “Vamos destravar isso para que esse recurso seja usado para o que ele foi estabelecido em lei”, avisa. Ainda segundo ele, o país tem um potencial de 45 GW de UHEs médias, sendo que 30 GW desse potencial está nos rios da região Norte e os 15 GW restantes, no Sudeste/ Centro-Oeste.
O Plano Decenal de Energia 2027 traz uma perspectiva de 1.800 MW de usinas a serem licitadas, o que é considerado pouco por Barros. Ele acredita que essa movimentação em prol das UHEs médias tenha o mesmo resultado positivo registrado nas PCHs. “Essas usinas não conseguiam ser viabilizadas em leilão, mas com uma união dos agentes e a interface da EPE, os entraves foram solucionados. Hoje PCH não é mais problema”, revela.