De acordo com seu comunicado, a AIE afirma que a análise realizada demonstra que mais de 70% dos investimentos globais em energia serão conduzidos pelo governo. Sendo assim, continua, o destino da energia mundial está nas decisões do governo. Por isso, indicou o diretor executivo da agência, Fatih Birol, elaborar as políticas certas e os incentivos adequados será fundamental para atingir as metas comuns de garantir o fornecimento de energia, reduzir as emissões de carbono, melhorar a qualidade do ar nos centros urbanos e expandir o acesso básico à energia na África e em outros lugares.Nos mercados de energia, as renováveis tornaram-se a tecnologia de escolha, representando quase dois terços das adições à capacidade global até 2040, graças à queda dos custos e às políticas governamentais de apoio. A participação das renováveis em geração deverão aumentar para mais de 40% até 2040 ante os atuais 25%. Apesar disso, o carvão continua sendo a maior fonte e o gás continue sendo o segundo maior para a geração de energia.
Essa expansão, aponta a AIE, traz benefícios ambientais e um conjunto de desafios que os formuladores de políticas precisam abordar rapidamente. No foco está a variabilidade das fontes. Por isso sugere que os sistemas de energia precisarão tornar a flexibilidade a pedra angular dos futuros mercados de eletricidade. “A questão é de crescente urgência à medida que os países do mundo aumentam rapidamente sua fatia de energia solar eólica e solar, e exigirão reformas de mercado, investimentos em rede e tecnologias de resposta à demanda, como medidores inteligentes e tecnologias de armazenamento de baterias”, argumentou a agência.
Outro destaque geral da AIE são os mercados de eletricidade, que também estão passando por uma transformação classificada como única. A maior demanda trazida pela economia digital, veículos elétricos e outras mudanças tecnológicas são a origem desta afirmação.
Mas, há o Cenário de Desenvolvimento Sustentável da AIE que oferece um caminho para atender a várias metas de clima, qualidade do ar e acesso universal de forma integrada. Neste cenário, as emissões globais de CO2 relacionadas com a energia atingem o pico em torno de 2020 e, em seguida, entram em declínio acentuado e sustentado, totalmente em linha com a trajetória necessária para alcançar os objetivos do Acordo de Paris sobre mudança climática.
Mas há um limite, em particular relacionado às usinas termelétricas a carvão, que respondem por um terço das emissões atuais de CO2 relacionadas à energia e representam mais de um terço das emissões acumuladas até 2040. A maioria na Ásia, onde as usinas de carvão em média têm apenas 11 anos de idade, significando assim ainda o convívio com esses ativos por décadas.