A usina de Itaipu e o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) anunciaram o encaminhamento de um projeto de cooperação internacional entre as duas instituições e a Hydro-Québec, maior companhia de eletricidade canadense e que mantém, entre suas hidrelétricas, a Centrale Robert-Bourassa, a maior usina subterrânea do mundo em geração de energia, que também passa atualmente por um processo de automatização, como Itaipu.

Para tratar do acordo, uma comitiva brasileira de Itaipu foi enviada ao Canadá, liderada pelo diretor-geral brasileiro, Marcos Stamm. Na segunda-feira (19), a missão internacional da usina se reuniu com a alta diretoria da Hydro-Québec, depois de visitar no sábado (17) a usina de Robert-Bourassa, e de conhecer o Instituto de Pesquisa da Hydro-Québec, uma espécie de parque tecnológico da geradora, com mais de 50 anos de existência.

Com unidades geradoras analógicas, a Centrale Robert-Bourassa está sendo digitalizada. Sozinha, a UHE tem capacidade de 5.616 MW, mas é considerada uma megausina pela quantidade de energia que gera mesmo em condições climáticas adversas. A planta possui 16 turbinas e sua barragem está localizada no Rio La Grande, ao norte de Québec, em uma das instalações do projeto James Bay, da Hydro-Québec. Somada à estação de geração La Grande 2-A, os dois empreendimentos representam mais de 20% da capacidade instalada da empresa.

Durante o encontro, Marcos Stamm e o diretor técnico executivo de Itaipu, Mauro Corbellini, apresentaram um panorama sobre Itaipu, desde a geração – a binacional detém o recorde mundial de 103,1 milhões de MWh/ano-, até seu projeto de modernização, que guarda semelhanças com o da hidrelétrica Robert-Bourassa. O investimento previsto na modernização da usina brasileiro-paraguaia é de US$ 500 milhões.

No final de outubro, a binacional deu início à etapa de pré-qualificação das empresas que participarão do processo de modernização. As instituições habilitadas deverão ser definidas até o dia 14 de dezembro, data da última reunião do Conselho de Administração da Itaipu em 2018. Todo o projeto, que vai garantir sustentabilidade para que a usina continue gerando energia para as próximas décadas em pleno vigor, deverá ser concluído em 14 anos.

Na avaliação do diretor-geral brasileiro, Marcos Stamm, a visita à hidrelétrica canadense Robert-Bourassa “é oportuna haja visto Itaipu estar se preparando para passar por um processo semelhante, que poucas usinas do mundo vivenciaram num patamar tão grandioso”. Segundo ele, os dois dias de visita e reuniões técnicas com a diretoria da companhia canadense acenam para boas possibilidades de parcerias e desdobramentos importantes para ações conjuntas de interesse às instituições envolvidas.

Para Mauro Corbellini, que acompanha todo o processo de atualização tecnológica de Itaipu, acompanhar de perto o que acontece na Hydro-Québec facilita a própria experiência para a binacional. “Aqui no Canadá vimos um complexo que gera, transmite e distribui energia. Ela comanda 60 usinas hidrelétricas e uma central nuclear, que juntas produzem 173 milhões MWh por ano. Só Itaipu já gerou sozinha 103,1 milhões de MWh”, comentou.

O PTI também tem um papel importante na atualização tecnológica. Há dez anos, a instituição mantém um laboratório de automação e simulação de sistemas elétricos, em trabalhos que atendem, principalmente, à Itaipu e demais empresas do setor elétrico-energético. Nesse contexto, o diretor-superintendente do PTI, Jorge Augusto Callado, fez uma apresentação do parque, contando que além de desenvolver soluções de automação para a hidrelétrica, o parque também participa de mais ações e iniciativas para o desenvolvimento da região Oeste do Paraná.

“Por meio da cooperação, buscamos a atualização permanente de procedimentos tecnológicos e científicos para reforçar a internacionalização do PTI e contribuir, de forma cada vez mais atualizada, com as boas práticas em apoio à Itaipu Binacional e ao desenvolvimento do território”, afirmou o executivo.